sábado, dezembro 21, 2019

Mindhunter: na mente dos assassinos


“Quem combate os monstros deve tomar cuidado para não se tornar também um deles. Se você olhar para a face do abismo, o abismo olhará para você”. Essa frase de Nietzsche é o melhor resumo da nova série da Netflix, Mindhunter.
Mindhunter foi criado por Joe Penhall com produção e direção de David Fincher, o famoso diretor de Seven e Clube da Luta.
Baseada em fatos reais, a série mostra como foi montada a divisão do FBI que entrevistava serial killers para fazer o perfil psicológico hoje usado pela polícia. E tudo começa meio que por acaso: um dia, quando estavam fazendo palestras para os policiais, um dos membros da divisão comportamental resolve visitar Ed Kemper na prisão. Big Ed é um dos mais famosos psicopatas de todos os tempos, tendo sido responsável pela morte e decapitação de jovens universitárias e até da própria mãe.
O que era uma atividade clandestina logo se torna uma divisão do FBI quando fica claro que o perfil criado a partir da entrevista com o Big Ed pode ajuda a prender outros criminosos.
Mas Mindhunter não é sobre infalíveis agentes do FBI prendendo psicopatas. Há muito pouca ação. A ênfase na maioria das vezes está nas tensas entrevistas com os assassinos e na forma nem sempre ética usada para conseguir as informações. E, principalmente, na maneira como isso mexe com o psicológico dos dois agentes responsáveis pelas entrevistas, afetando suas vidas profissionais, familiares e até sexuais.  
Mindhunter é um dos seriados mais inteligentes dos últimos tempos. 

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