O homem que caiu na terra é
um livro escrito por Walter Tevis em 1963 que acabou se tornando cult, em
especial graças ao filme de 1976 dirigido por Nicolas
Roeg com David Bowie no papel principal. Agora
a obra ganha uma edição especial belíssima da editora Darkside, com uma
diagramação inovadora e belíssima a começar pela capa.
Na história, um
extraterrestre vem para a terra e se faz passar por humano. Usando a tecnologia
trazida de seu planeta, ele estabelece diversas patentes e, com o dinheiro
acumulado, meio bilhão de dólares, pretende construir uma nave espacial. Seu
planeta de origem foi destruído por guerras e sofre com escacez de água. Há
aqui uma diferenciação entre o livro e o filme. No livro, ele quer trazer os
poucos sobreviventes para a Terra. No filme, levar água para seu planeta natal.
Esse plot básico é usado
por Tevis para discutir uma série de questões relacionadas à humanidade. É um
livro repleto de metáforas, a começar pelo título, que ecoa diretamente a lenda
da queda de ìcaro, o personagem mitológico que tenta fugir de Creta colando
penas em seus braços e voando, mas se aproxima muito do sol, o que faz com que
as penas se desgrudem. Como resultado, ele cai no mar e morre.
Aliás, o quadro “A queda de
Ícaro”, do mestre renascentista Bruegel é citado diretamente na obra. No
quadro, as pessoas continuam suas vidas normalmente, totalmente indiferentes ao
sofrimento de ìcaro, que se afoga, suas pernas se agitando pateticamente na
água.
O protagonista (cujo
verdadeiro nome nunca sabemos) impacienta-se ao perceber que estamos fazendo
com o nosso planeta a mesma coisa que foi feita com o seu: “Você percebe que
não irão apenas destruição sua civilização como ela é hoje e matar a maior
parte da população, mas também envenarão os peixes em seus rios, os esquilos em
suas árvores, os bandos de pássaros, os solo e água? Às vezes vocês nos parecem
macacos soltos em um museu, correndo com facas, rasgando os quadros e quebrando
as estátuas com martelos”.
Triste e poético, O homem
que caiu na terra levou a ficção científica a novos patamares, tornando-se um clássico
absoluto do gênero.
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