segunda-feira, janeiro 06, 2020

Os bons tempos do capitalismo



No século XIX, auge da revolução industrial, os trabalhadores não tinha direito algum. Não havia folga remunerada, férias, 13º, aposentadoria. Crianças eram colocadas para trabalhar 12 horas seguidas em condições totalmente insalubres. Muitas se machucavam, perdiam um braço, uma mão. Eram simplesmente mandadas embora. No país mais rico do mundo, a Inglaterra, a população vivia na miséria absoluta, grande parte das mulheres tendo que se prostituir para conseguir comer. Essa situação de miséria da população no país mais mais industrializado do mundo é muito bem retratada no romance Oliver Twist, de Charles Dickens cuja cena mais pungente é a do menino sendo castigado porque pediu mais uma tigela de sopa.
Educação? Nem pensar. Não só não existia nenhum tipo de educação pública, como qualquer iniciativa de levar educação às camadas mais pobre era duramente combatida. Charles Dickens angariava doações para abrir escolas para crianças pobres e, por conta disso, virou alvo preferencial dos conservadores. Afinal, uma criança que estudava era um braço a menos nas fábricas. Além disso, pessoas com conhecimento eram consideradas mais propensas a se rebelarem contra as condições em que viviam.
Nessas condições, a revolta popular era inevitável. Era uma questão de sobrevivência das classes mais pobres.
Com a vitória da revolução russa, os países capitalistas se alarmaram. Como antídoto, começaram a ceder: surgiram direitos trabalhistas, férias, 13º, aposentadoria.
Com a queda do muro de Berlin, os empresários voltaram a sonhar com aqueles tempos áureos. Afinal, não existia mais a ameaça comunista. Por que não voltar aos tempos áureos do capitalismo?

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