Conan tem uma incrível variedade de histórias e temas ao longo de mais de uma década de publicação pela Marvel. Mas algo que a série nunca teve foi humor. Algo, no
entanto, que era essencial nas histórias de Sonja, especialmente nas HQs escritas por
Bruce Jones. Ótimo exemplo disso é a história O demônio da floresta, publicado
na revista Marvel Feature (1975) n° 5, com desenhos de Frank Thorne, um artista
que sabia como ninguém explorar todos os aspectos da personagem – da
sensualidade ao senso de humor.
Na história, Sonja chega um vilarejo onde o grã-mestre está oferecendo uma
recompensa para quem matar o demônio da floresta, responsável pela morte de uma
criança. Sonja se oferece e, junto com ela um menestrel galanteador, Tusan.
O humor da história fica muito por conta da forma como a heroína lida com as cantadas
de Tusan e de um grandalhão, Bramus, que também busca a recompensa. Há toda uma sequência em uma taverna em que a guerreira hirkaniana se diverte com os dois,
jogando-os um sobre o outro, chutando um banco para que Bramus caia e
provocando uma briga generalizada no bar enquanto se diverte bebendo cerveja. A
trama segue deliciosa até o fim, com várias reviravoltas e uma piada final, na qual Sonja mais uma vez escarnece do menestrel.
Tudo isso, claro, só funciona graças ao desenho de Thorne, que faz a personagem com
expressão de deboche, divertida. Para quem não conhece Sonja, ela jurou só
entregar sua castidade para o homem que a vencer em combate – isso faz com que
suas histórias cortejam a sensualidade que nunca se realiza. Bruce Jones soube aproveitar isso como elemento narrativo de humor como ninguém.
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