” – Eu quero dar a volta ao mundo em 80 dias ou menos. Eu acho que posso vencer o recorde de Phileas Fogg. Posso tentar?
Para minha descrença, o editor me disse que o escritório tinha tido a mesma ideia antes e a intenção era mandar um homem. Entretanto, ele me ofereceu o consolo de que iria votar pela minha ida. Então, fomos conversar com o gerente de negócios a respeito.
– É impossível que você faça isso, foi o terrível veredicto. – Em primeiro lugar você é uma mulher e precisaria de um protetor. E mesmo que fosse possível para você viajar sozinha, você teria que carregar tanta bagagem que isso atrapalharia fazer mudanças rápidas de transporte. Além do mais, você só fala inglês. Então, não faz sentido termos essa conversa, ninguém além de um homem pode fazer essa viagem!
– Muito bem, eu disse com raiva. – Mande um homem. E eu vou começar a viagem no mesmo dia para outro jornal e vou vencê-lo”.
Esse é um trecho traduzido (por mim, livremente) do livro Volta ao Mundo em Setenta e Dois Dias, de Nellie Bly. A história é verdadeira. Nellie, cujo verdadeiro nome era Elizabeth Jane Cochrane, era uma jornalista investigativa americana. Ela decidiu quebrar o recorde do personagem ficcional de Júlio Verne em 1888, quinze anos depois do livro Volta ao Mundo em Oitenta Dias ser publicado. Nenhum homem ou mulher havia conseguido até então. Ela brigou com seu jornal, The New York World – cujo dono era Joseph Pulitzer, isso mesmo, o cara do prêmio Pulitzer – e os convenceu de que era a pessoa para o trabalho. Leia mais
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