O brasileiro Sérgio Vieira de Melo foi um dos
mais importantes diplomatas brasileiros e uma das figuras mais importantes da
ONU. Foi responsável, por exemplo, por negociar a independência de Timor Leste,
ilha colonizada por portugueses na Ásia que durante mais de uma década foi massacrada
pelo governo da Indonésia. Depois do sucesso, ele foi enviado ao Iraque, onde
deveria negociar a criação de um governo local depois da queda de Saddam
Hussein.
É a história desse homem que Greg Barker conta
em Sergio, filme lançado por aqui diretamente na Netflix.
A história do diplomata e sua atuação corajosa
em locais de conflito aberto é interessante e vale um filme, mas a obra de Greg
Barker tem problemas de ritmo e narrativa. A história é contada através de várias
linhas temporais que se interpõem e se alternam com ambientação tão diferente
quanto o Camboja, Timor Leste, Bagdá e Rio de Janeiro e de maneira não cronológica.
Nem sempre funciona, especialmente porque o diretor americano focou demais na atuação no Iraque (uma guerra que que tem mais apelo para o público norte-americano), abreviando ou simplesmente ignorando todo o resto da atuação de Sérgio ao redor do mundo, de modo que o expectador não consegue entender direito sua importância.
Para nós brasileiros o filme tem um problema a
mais. O filme é originalmente falado em inglês e temos até mesmo Wagner Moura
dublando a si mesmo. Mas o que realmente cusa estranhesa são as sequências de
Timor Leste. Lá se fala um português mais próximo de Portugal, muito diferente
do brasileiro. E, em alguns momentos suas falas são dubladas, e em outros são
deixados no original, muitas vezes dentro da mesma cena, o que resulta em dois
sotaques completamente diferentes para o mesmo personagem.
O grande destaque do filme acaba sendo mesmo a
atuação de Wagner Moura, que se mostra um dos grandes atores da atualidade,
conseguindo mudar completamente a cada personagem.
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