sexta-feira, junho 26, 2020

Angélica acorrentada, de Ingres



Jean-August-Dominique Ingres foi um dos maiores representantes do neo-clássico francês. Discípulo de David, ganhou celebridade a ponto de se transformar no pintor oficial de Napoleão.
Ficou famosa também a rivalidade de Ingres e Delacroixs, este último defensor do romantismo, que pregava uma quebra com as rígidas regras de composição do neo-clássico.
Em Angélica acorrentada, Ingres recorre a um tema da Idade Média: o poema Orlando Furioso, de 1516. Na história, Angélica é acorrentada em uma rocha para ser devorada por um monstro marinho. Mas o herói Ruggiero intervem e a criatura é cegada pela luz do sol refletida no escudo do herói. Como consequência, Angélica se apaixona por seu salvador.
Algo curioso é que, embora o tema fosse nitidamente dramático, Ingres, em conformidade com o neo-clássico, não coloca emoção no quadro. Angélica, acorrentada, espera o monstro que irá devorá-la com uma expressão quase displicente.

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