quinta-feira, julho 16, 2020

Escritora e jornalista Alcinea Cavalcante escreve prefácio para livro Cabanagem


Alcinea Cavalcante é uma das mais importantes escritoras e jornalistas do Amapá. É também uma amiga querida, que admiro muito. Assim, para mim foi uma honra quando ela aceitou escrever o prefácio do meu livro Cabanagem. E o texto ficou incrível. Confiram:


Aqui está mais uma obra primorosa do premiado e respeitado internacionalmente escritor Gian Danton. Autor de dezenas de livros sobre jornalismo e quadrinhos, este é o terceiro romance dele. Trata-se de uma história fantástica, instigante e que desperta a curiosidade do leitor para conhecer um pouco mais sobre a Cabanagem (a revolta popular e social que ocorreu na Província do Grão-Pará no período de 1835 a 1840) ir além dos livros didáticos e saber que o movimento também chegou ao Amapá. Ah, mas houve cabanagem no Amapá? Algum leitor poderá perguntar surpreso. Sim. E Gian Danton explica muito bem. Para isso criou  o personagem Chico Patuá, que agregou e liderou índios, negros e caboclos que atravessaram matas, rios e igarapés até chegarem em Mazagão, sempre perseguidos pelo governo regencial que escalou para comandar seus soldados um psicopata, figura recorrente nos romances de Danton.

Mas de Belém até Mazagão os cabanos se deparam com Matinta, Jurupari, Cobra Norato, Mapinguari , seres fantásticos da floresta, que tanto podem apoiar o grupo de Chico Patuá, como os soldados do psicopata Dom Rodrigo. E aí a curiosidade do leitor é mais uma vez aguçada, desta feita sobre as encantarias e lendas amazônicas.

O romance mistura história, fantasia, lendas e costumes da região. A religiosidade também está retratada sutilmente na igreja de Mazagão, que serviu de abrigo para os cabanos, e na maior manifestação cultural do Amapá, o Marabaixo.

Para mostrar como a Cabanagem se espalhou por toda a Amazônia e chegou ao Amapá, Gian Danton fez um minucioso trabalho de pesquisa, mergulhou em livros, revistas, artigos e teses. “Mas a ideia de fazer um livro histórico não me agradava. Eu queria fazer uma obra de fantasia histórica”,  disse o autor. E o resultado aí está: uma belíssima e importante obra que mescla o fantástico com o real e leva o leitor a uma viagem por essa parte da história tão pouco conhecida e pelas lendas e encantarias. Millor Fernandes dizia que há livros que quando a gente larga não quer mais pegar e outros que quando a gente pega não quer mais largar. A “Cabanagem”, como os outros dois romances de Danton, são do tipo que quando a gente pega não quer mais largar e quando chega ao final quer voltar para o começo para ler de novo.

Para encerrar não poderia deixar de dizer da honra que senti ao ser convidada para prefaciar este livro, mas devo dizer também que me sinto tão pequena diante da grandeza do talento de Gian Danton e da grandiosidade do conjunto de sua obra.

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