Frank Miller costuma dizer que aprendeu boa parte
do que sabe com Denny O´Neil, roteirista veterano que foi seu editor no
Demolidor e a primeira pessoa dentro da Marvel a lhe dar liberdade para criar
histórias.
Eles funcionavam também muito bem como dupla criativa,
como podemos ver na história “Homem-aranha: ameaça ou calamidade pública?”, publicada
em Spiderman annual 15.
A história tem muitas sacadas genias, a primeira
delas o fato de ser totalmente focada na edição de 15 de julho do Clarin Diário.
JJ Jameson está tentando definir qual será a capa da edição e, claro, opta por
uma manchete chamando o aracnídeo de ameaça. Mas Joe Robertson lembra que toda
vez que o Clarin tem esse tipo de capa, as vendas despencam.
Enquanto isso, Bem Urich e Peter Parker cobrem um
evento que tem tudo para se tornar a manchete do dia: um mágico coloca uma
garota em coma com um processo de hipnose e é morto pelo Justiceiro. Ao investigar
a história, Parker descobre que a hipnose era, na verdade, um potente veneno. E
o Dr Octopus quer se apropriar do veneno e matar cinco milhões de pessoas
misturando-o às tintas que irão imprimir o jornal O Clarin.
Conforme a história vai evoluindo, Jameson vai
mudando a capa: o assassinato do guru, a intervenção do Justiceiro, a ameaça de
Octopus. E cada um desses “subtítulos” é marcado pela nova capa do jornal. Aí
Miller revela sua outra influência: Will Eisner, que na década de 1940 fazia
experiências semelhantes em The Spirit.
A história tem o ritmo perfeito, misturando ação
e humor na medida certa. É nítido que tanto O´Neil quanto Miller estavam se
divertindo muito fazendo essa HQ.
Essa história foi publicada duas vezes pela Abril
(em Homem-aranha 1 e Marvel especial 6) e pela Panini (no volume Os Maiores
Clássicos do Homem-Aranha n° 4).
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