Antes de reformular o personagem Monstro do
Pântano, na história Lição de Anatomia, Alan Moore escreveu uma história do
personagem pouco conhecida, publicada em Swamp Thing 20.
Intitulada “Pontas soltas”, o objetivo era exatamente esse: fechar as pontas
soltas deixadas pelo roteirista anterior, Martin Pasko, preparando terreno para
a reformulação do personagem.
Pontas soltas é injustamente pulada nas
antologias do personagem. É Alan Moore na sua melhor forma. E os desenhos de
Dan Day não deixam nada a desejar aos outros artistas que trabalharam com o
personagem na fase mais famosa, como Stephen Bissette. Sob a orientação de
Moore, Day cria diversas páginas espelhadas e a página de abertura, com uma
moldura no formato de colunas que desmoronam é espetacular.
Uma das páginas espelhadas da história. |
A história se passa logo depois do confronto do
Monstro com Arcane, cuja nave cai, provocando sua morte. A corporação Sunderland aproveita a oportunidade
para tentar matar o monstro e seus amigos. Como sabemos, o personagem é
aparentemente morto, para renascer como elemental na história lição de
anatomia.
Talvez o maior
impacto dessa história seja sobre Lizabeth Tremayne e seu namorado, Dennis Barclay.
Ela uma jornalista renomada, ele um veterano do Vietnã. À certa altura ela
solta a frase “Tudo que temos em comum é o horror em nossas vidas”, o que fará
com que Dennis a envolva numa teia de falsas conspirações como forma de manter
seu amor através do medo. Essa relação abusiva seria abordada em Swamp
Thing 54, 34 números depois desse gancho ter sido lançado, o que mostra a
habilidade de Moore para pensar a trama a longo prazo.
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