Coração Satânico, um dos melhores filmes de Alan Parker. |
Alan Parker foi o primeiro cineasta que eu
acompanhei e esperava ansiosamente por cada filme. Era uma espécie de ídolo de
toda uma geração de cinéfilos.
O primeiro filme que vi dele foi Coração
Satânico, no cine Líbero Luxardo, no Centur. Lembro que quando saí da sessão eu
pensei: “Isso sim é terror!”. Até mesmo uma cena simples, sem nenhum efeito
especial, como Robert De Niro comendo um ovo cozido, era de arrepiar a espinha.
O expectador sentia que ele era o demônio e era como se aquele ovo fosse de
fato uma alma humana degustada com prazer infernal.
Além disso, era um terror psicológico: um
conflito interno do personagem principal que se revelava em pequenas coisas,
como o pavor de galinhas. Até mesmo o canastrão Mickey Rourke parecia um mestre
da atuação sob a direção segura e sombria de Alan Parker.
Na mesma época o compadre Bené Nascimento
também tinha assistido ao filme e, na primeira vez em que nos encontramos, não
conseguíamos falar de outra coisa. Tanto que acabamos criando uma história em
homenagem a esse filme, “Noir”, uma das mais famosas da dupla. A história era
muito diferente, mas a base era a mesma: um terror baseado no conflito
psicológico do personagem principal.
Depois disso, eu esperava ansiosamente por cada
novo filme dele e via todos os antigos em videocassete nas casas de amigos. Só
Wall eu devo ter assistido umas 15 vezes.
Alan Parker era o cara que conseguia fazer
filmes profundos em plena Hollywood, o que não é pouco.
É mais um dos mestres que nos deixam.
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