quarta-feira, dezembro 09, 2020
Cisco Kid
Cisco Kid surgiu em 1907, em uma novela de O´Henry. Fez tanto sucesso que logo foi convertido para o cinema em vários filmes. O personagem era um típico cowboy clássico, com sua roupa preta, seu chapelão de abas largas e Pancho, seu companheiro bonachão, inspirado em Sancho Pança.
Em 1944 a editora Comic Book tentou adaptá-lo para os quadrinhos, sem sucesso.
Em 1948 um novo filme do personagem fez um sucesso estrondoso e levou ao surgimento de uma série de TV.
O interesse pelo personagem era maior do que nunca e a Dell resolveu investir na adaptação para quadrinhos. O roteiro ficou a cargo de Rod Reed e as histórias eram desenhadas por Alberto Giolitti. Dessa vez o sucesso do gibi foi imediato, chamando a atenção da King Features Syndicate, que contratou Reed para escrever as tiras do personagem e um desenhista argetino, José Luís Salinas, para ilustrar.
Era uma dupla perfeita. O texto de reeed era ingênuo e otimista sem ser infantil e Salinas, um fiel seguidor de Hall Foster conseguiu captar perfeitamente a essência do personagem.
No Brasil, algumas dessas tiras foram publicadas num álbum da LPM em 1987. O álbum reúne duas aventuras do personagem.
Na primeira, um fazendeiro está tendo seu gado roubado e contrata vários pistoleiros para ajudarem a pegar os ladrões. Ocorre que os pistoleiros são justamente os que estão roubando o gado, a pedido do vizinho “melhor amigo” do fazendeiro. Tudo parece estar dando certo até o aparecimento de Cisco Kid e Pancho.
Cisco salva o fazendeiro de uma emboscada, a filha do fazendeiro se apaixona por ele e ele promete ajudar a descobrir quem está roubando o gado em sequências maravilhosas de ação com desenho inspirado de Salinas e diálogos afinados de Reed. O maior problema aí é o formato das tiras, que não permitem ver a arte como essa merecia. Páginas dominicais funcionariam muito melhor. Mas de resto, tudo funciona. Destaque para o humor. À certa altura, o vizinho inventa que Cisco Kid está sendo procurado por três xerifes, ao que ele retruca que na verdade são seis. No final, descobre-se que os xerifes estão de fato à procura dele, mas para condecorá-lo.
Na segunda história, o dono de uma companhia de diligências está indo à falência devido à concorrência da estrada de ferro e decide chamar Cisco Kid para ajudá-lo. A história, embora seja uma aventura, tem um tom de comédia de erros. A chegada de Cisco na cidade faz todos acharem que ele irá realizar algum atentado contra a locomotiva. Dois badidos resolvem aproveitar a situação e vestindo-se como Cisco e Pacho e roubam o trem, colocando a culpa nos heróis. Segue-se uma série de equívocos que levam Cisco à prisão, mas depois à elucidação do caso, com o típico final feliz. No meio de tudo isso, claro, a filha do dono das diligências se apaixona por Cisco Kid.
O destaque negativo da edição vai para a capa. Com tantas ótimas imagens de Cisco no traço de Salinas, a LPM escolheu logo uma em que o herói mal aparece.
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