Em 1950, Charles Schulz criou, para a United
Feature Syndicate uma tira sobre um garoto e um cachorro. Tiras sobre crianças
não eram novidades nos jornais, mas o diferencial de Peanuts era o conteúdo
psicológico das histórias. Charlie Brown, o protagonista, era fracassado e
inseguro, o que gerou grande identificação com os leitores.
O sucesso das tiras foi tão grande que em 1965 a
tira transformou-se em um especial de natal dirigido por Bill Meléndez. A recepção
foi estrondosa, levando o produtor Lee Mendelson a transformar os personagens
numa série animada que marcou gerações.
A animação unia fidelidade às tiras de Schulz com
uma direção inspirada e uma trilha sonora de jazz marcante.
As histórias giravam, quase sempre, no fracasso de
Charlie Brown – com ocasionais interlúdios cômicos de Snoopy. Em um dos
episódios, Charlie Brown ganhava como prêmio um corte de cabelo – e ele é
careca, e seu pai é barbeiro. Em outro, ele dançava no baile com a menina
ruiva, sua eterna paixão, mas depois não conseguia se lembrar de nada.
Animações continuaram sendo feitas ao longo das
décadas. Em uma das mais recentes, “A felicidade é um cobertor quentinho”, Linus
é pressionado por Lucy a abandonar sua dependência do cobertor. À certa altura,
Linus diz para os outros personagens: “Vocês querem que eu seja um fracassado?
Querem que eu seja uma pessoa triste? Querem que eu seja um Charlie Brown?”.
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