quinta-feira, abril 22, 2021

Teorias da conspiração

 

Já imaginou que as coisas não são exatamente como vemos? Já imaginou que talvez alguém esteja escondendo a verdade de todo mundo? Que talvez um plano terrível de dominação mundial esteja em curso, sem que percebamos? Sim, com certeza você já pensou nisso.
O interesse pelas conspirações e pelas sociedades secretas surge com a Idade Moderna. O surgimento da imprensa, as grandes navegações, as descobertas da ciência, tudo isso contribui para aumentar o interesse pelo assunto.
Imagine por exemplo que você, seus pais, seus avós, e seus bisavós acreditassem que a terra era plana, que depois da África só existisse um mar povoado de monstros terríveis, que nosso planeta era o centro do universo... e de repente descobrisse que tudo isso não era verdade. Você provavelmente pensaria que estava sendo enganado por alguém que tinha acesso a informações privilegiadas e as escondia. Em alguns casos, isso era verdade. Os templários, por exemplo, sabiam que seriam possível chegar à Ásia contornando a África e tinham mapas nos quais constava o Brasil.
Imagine também que, além dos conhecimentos, também os governos começassem a cair, com a revolução francesa, a revolução americana... e que surgisse toda uma indústria editorial disposta a ganhar cada centavo com isso. Estava criado o clima para as teorias da conspiração.
Um dos primeiros exemplos do sucesso dessas teorias foram os templários. Durante muito tempo eles tiveram tanto poder que chegavam a rivalizar com reis e papas. Dizia-se que eles haviam descoberto um tesouro no templo de Salomão, na terra santa, que lhes teria dado todo esse poder.
Os templários foram perseguidos, presos, torturados e mortos pelo rei francês e pelo vaticano. Seu grão-mestre, Jacques de Molay, morreu na fogueira, acusado de herege, satanista e sodomita.
Muitos se perguntaram o que teria levado a uma perseguição tão brutal. E começou-se a especular que isso tudo teria algo a ver com o tesouro dos templários. Para alguns, esse tesouro, era o santo graal. Para outros, era o santo sudário. Para outros, ainda era a descendência de Jesus, que teria casado com Maria Madalena e deixado uma linhagem real. Finalmente, a versão mais aceita é a de que o tesouro era Baphomet. E aí surge outro problema. O que era Baphomet? Para alguns, era a cabeça de Jesus, embalsamada. Para outros, um símbolo satânico. Como ninguém sabia ao certo o que era, cada um começou a pensar numa explicação.
Esse é um dos aspectos importantes das teorias da conspiração. Quando faltam informações confiáveis, ou quando as informações que existem não são satisfatórias, tem-se um fértil caminho para a especulação.
Os templários, os illuminati (um grupo liberal surgido na Baviera, que antecipou o iluminismo francês) e os rosa-cruzes (uma sociedade secreta surgida de panfletos falsos criados por um pastor protestante, mas que foi levado a sério por muitos e acabou sendo criada de verdade) e a maçonaria começaram a ser vistos como responsáveis por uma série de eventos. Se a revolução francesa derrubou os reis, isso seria uma vingança dos templários. Se a revolução russa derrubou os czares, isso deveria fazer parte de um plano de dominação mundial. Provavelmente dos illuminati. Ou talvez dos maçons. Ou quem sabe dos rosa-cruzes? Se não fosse de nenhum deles, certamente seriam os templários, sempre eles!
O século XX é chamado de século das incertezas. Até na física descobriu-se que as coisas não são o que aparentam. Um século perfeito para especulações e teorias da conspiração. Quem matou Kennedy?  Quem financiou os nazistas? Que interesses estavam por trás da II Guerra Mundial? O homem chegou realmente à lua, ou seria tudo uma armação de Hollywood? Sempre existe alguém disposto a responder a essas e outras perguntas e, mesmo quando suas respostas são absurdas, tem sempre alguém querendo ouvir.

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