Quando John
Byrne assumiu o título do Super-homem ele mudou muita coisa, inclusive as
características do principal vilão da série, Lex Luthor. Antes um cientista
fanfarrão que vestia armaduras e criava engenhos malignos para derrotar o Homem
de aço, o novo Lex Luthor parecia muito mais um mafioso, alguém que manipulava
os fios para conseguir o que queria e nunca sujava as mãos.
James
Hudnall aproveitou essa mudança no personagem para criar uma das histórias mais
interessantes da DC do período: Lux Luthor – biografia não autorizada.
Desde criança, Lex Luthor era manipulador.
Na
história, um jornalista começa a investigar Lex Luthor para escrever um livro e
é morto. O problema é que a última pessoa que esteve com ele foi Clark Kent, o
que faz do repórter o suspeito número um da polícia.
Muito bem
escrita e bem elaborada, a trama alterna entre o interrogatório de Kent e flash
backs mostrando o que realmente aconteceu com o repórter. Vai desde o
telefonema de uma editora encomendando o livro-reportagem até as descobertas de
todas as falcatruas com as quais Lex Luthor, o benemérito filantropo, conseguiu
se tornar a pessoa mais rica de Metrópolis, passando pelas mortes dos
informantes.
Clark Kent é o principal suspeito.
Ou seja: é
uma tremenda história policial.
Para
desenhar foi chamado o desenhista uruguaio Eduardo Barreto. Barreto se sai
muito bem, conseguindo tornar visualmente interessante uma HQ que praticamente
não tem muita ação, calcada praticamente só em diálogos. Também se sai muito
bem ao mostrar Luthor como um refinado mafioso.
Essa HQ foi
publicada na década de 90 pela editora Abril e relançada em 2017 pela Panini. A
edição da Panini traz também uma história antiga do personagem, ainda da dupla
Jerry Siegel – Joe Shuster, e uma história da fase John Byrne, permitindo ter
um bom panorama do herói.
Uma curiosidade: a capa é baseada visualmente num livro de
Donald Trump, The art of deal.
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