domingo, outubro 03, 2021

A canção da guerreira Sonja

 


A personagem Sonja surgiu nos quadrinhos em Conan The barbarian 23, que adaptava uma história de Robert E. Howard,  mas só iria brilhar mesmo no número seguinte da revista, uma história original de Roy Thomas e Barry Smith.

A HQ já inicia com uma splash page da heroína (ou anti-heroina) dançando sobre uma mesa numa taverna durante o cerco a Makalet.

Os presentes aplaudem e entoam em uníssono: “Sou-nia!”. Era Roy Thomas ensinando os leitores como se pronunciava o nome da personagem. Logo depois a própria guerreira ruiva provoca uma luta que acaba envolvendo todos na taverna apenas para sair com Conan para um banho no lago.

Os censores encrencaram com a sensualidade da história. 


 Um dos quadros mostra como Thomas não só era um ótimo escritor de aventura, mas também sabia fazer humor. Quando Conan está brigando com um dos amigos de Sonia, um dos presentes diz: “Aposto dez aspers no cimério! Garanto que ele derruba o porco brituniano!”, ao que o outro responde: “Quê? Eu sou brituniano, filho de uma rameira!” e outro retruca: “Quê? Você ofendeu a nossa mãe?”. E assim a briga se torna generalizada.

Essa história chamou a atenção dos censores do comic code, que pediram, entre outras coisas, que barry Smith levantasse as mãos do cimério para a cintura da moça numa cena do lago. “Ah, e nem sei como não nos forçaram a reformular o quinto quadro! Será que não ocorreu a nenhum dos censores o que significavam os borbulhos e erupções ali na água?”, brincou Roy Thomas, tempos depois.

A tiara transforma-se numa cobra: ação! 


Na sequência ela convence Conan a invadir uma torre do palácio no qual estão os tesouros do rei. A garota ruiva tem a missão de recuperar um bracelete no formato de serpente, mas a peça se torna uma cobra de verdade nas mãos da guerreira.

Essa seria a última colaboração de Smith na revista de Conan, mas se tornaria célebre pelo detalhismo dos desenhos. Não seria a última história dele com o cimério. Pouco depois ele desenhou uma adaptação de Pregos vermelhos, história clássica de Howard, dividida em dois números e publicada na revista Savage Tales. Como a revista só saía de quatro em quatro meses, o desenhista pôde aplicar todo o nível de detalhismo que caracterizaria seu trabalho.  

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