Clara Belmonte é uma mulher atormentada, que desenvolveu agorafobia após a execução do pai. Ela consegue emprego como cozinheira no palácio de Castamar, onde, após uma rejeição inicial, acaba ganhando a simpatia de todos graças à sua personalidade generosa. Ela e o Duque de Castamar acabam vivendo uma paixão proibida, já que nobres não podem se casar com serviçais.
Essa é a trama de A cozinheira de Castamar, nova série dos
produtores de La Casa de Papel na Netflix.
Esse roteiro poderia facilmente descambar numa novela
mexicana. Afinal, o princípio básico do amor proibido pelas diferenças de
classe está lá. Mas a produção consegue dar uma abordagem totalmente diferente,
fugindo do dramalhão. Importante para isso as ótimas atuações, em especial de Michelle
Jenner, que vive a protagonista, e Roberto Enriquez, o duque. A atuação de ambos
é extremamente contida, de forma que um olhar fala mais que muitas palavras.
A direção também destaca essa expressividade sem exageros, a
começar pela belíssima abertura, que consiste apenas na cozinheira andando
pelos corredores do palácio, com o nome do seriado aparecendo. Acrescente a
isso a belíssima fotografia, que muitas vezes faz com que as imagens pareçam
quadros da época.
Além disso, o roteiro é muito bem elaborado, com tramas
palacianas, fatos históricos (o rei que aparece na série realmente existiu e de
fato era meio louco) e aprofundamento dos personagens (a começar pela própria
Clara e sua incapacidade de sair em lugares abertos). Com em La Casa de Papel,
em A cozinheira de Castamar não há enrolação. Sempre está acontecendo alguma
coisa.
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