sábado, novembro 27, 2021

Batman – Gotham 1889

 


 

Lançado no ano de 1989, Gotham By Gaslight: An Alternative History of The Batman trazia uma proposta interessante: o cavaleiro das trevas lutando contra Jack, o estripador, em pleno século XIX.

O nome da série era uma referência aos lampiões de gás que iluminavam as ruas antes da popularização das lâmpadas elétricas.

Dificilmente poderia ser encontrado um artista melhor do que Mike Mignola para desenhar uma história desse tipo. Seu traço repleto de sombras e contrastes casava perfeitamente com a narrativa sombria e vintage.



O roteiro também tinha uma abordagem interessante: mostrava Bruce Wayne contando a Freud um sonho recorrente, o que servia de desculpa para o roteirista contar ao leitor a forma como os pais do herói haviam morrido. Durante anos o milionário vagara pela Europa conhecendo os principais gênios da época, do criador da psicanálise ao detetive Sherlock Holmes. Depois dessa longa preparação, ele volta para Ghotam City, onde estão acontecendo diversos assassinatos de mulheres, repetindo o que aconteceu na Inglaterra. 

A história traz referências a outros aspectos do universo do morcego, como quando o inspetor Gordon mostra a Wayne o retrato de um homem que acabara de prender: um psicopata que matava mulheres ricas com estricnina e que tentara se matar com o veneno, o que lhe provocara um eterno sorriso. Era um Coringa desse universo.

Um outro aspecto interessante da narrativa era usar recortes de jornais e até um cartão postal para ajudar a contar a história.

Era, portanto, uma HQ que prometia muito, mas entrega pouco. Apesar de toda a propalada capacidade dedutiva de Bruce Wayne, ele resolve o caso apenas por estar, sem explicação, no lugar certo, na hora certa.

No final, a história valia mesmo pelo visual incrível de Mignola.

No Brasil essa história foi renomeada de Gotham 1889 tanto pela Abril quanto pela Panini, que a republicou no ano de 2018.  

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