Escrito por K. H. Scheer, o volume 19 da coleção Perry Rhodan
apresenta o final da saga da imortalidade. Nos números anteriores, a tripulação
da Stardust III se envolvera nos mais diversos tipos de perigos e charadas em
busca do planeta que encerrava o segredo da ducha celular.
Mas a partida tem um risco imenso: o planeta do sistema
ferrol transformou-se em uma supernova e irá explodir caso Perry Rhodan não
cumpra a última tarefa.
K. H. Scheer servira dentro de um submarino na II Guerra
Mundial e era um especialista em descrever equipamentos e máquinas. Melhor
ainda: ele fazia isso de maneira que o leitor conseguia visualizar mesmo um
equipamento alienígena: “Rhodan viu brilhantes pontinhos luminosos luzirem em
sua escala de controle. Os torretes armados da Stardust-III foram projetados
para fora automaticamente”. Além disso, sua experiência fizera com que ele se
preocupasse com detalhes que na época pareciam sem a menor importância, como
cintos de segurança. Enquanto em Jornada nas Estrelas os protagonistas eram
sacudidos para fora de suas cadeiras a cada turbulência, na série alemã não só
os cintos de segurança, mas cintos que se recolhiam automaticamente eram
comuns, como faz questão de lembrar shceer neste volume.
A atenção a dados técnicos pode dar a entender que o autor
ignorava o aspecto humano, o que não ocorre. Quando Bell mais uma vez se
revolta com o brincalhão Gucky, Rhodan diz: “Cada ser inteligente tem
peculiaridades próprias. Como pessoas tolerantes, nossa obrigação é aceitá-las”.
Mais à frente, quando Gucky faz amizade com Betty Toufry, é Bell que reflete:
“O espontâneo entendimento entre uma representante da jovem geração humana e
uma inteligência completamente alienígena, oriunda das profundezas da galáxia,
poderia representar o primeiro passo na senda da compreensão e da aceitação
mútua”. Nitidamente, Scheer imagina uma utopia em que os seres mais diversos
conviviam em harmonia.
Quando finalmente os terrestres encontram o planeta
peregrino, os dons descritivos do autor vêm bem a calhar. Sua descrição
detalhada da gigantesca estação espacial de 8 mil quilômetros é empolgante e
repleta de sense of wonder, com plantas e animais de todas as épocas e locais.
Se os autores imaginassem que a série perry rhodan duraria
mais do que duas dezenas de números, essa saga teria sido muito maior e este
livro fecharia com chave de ouro um ciclo.
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