segunda-feira, fevereiro 21, 2022

Perry Rhodan – A fuga de Thora

 


A mola mestra da série Perry Rhodan é o encontro com os arcônidas Crest e Thora na Lua e como isso mudou a história da humanidade.

Com a ajuda a tecnologia arcônida, Rhodan implementa a Terceira Potência, conquista a base de Vênus, viaja para Andrômeda e desvenda o segredo da vida eterna. O acordo com os arcônidas era que estes não voltassem para sua terra natal enquanto não fossem desvendadas as charadas do imortal. Com o fim da saga – e a opção do mesmo de dar essa dádiva apenas aos terranos, não existe mais nenhuma razão para que Thora e Crest não voltem para Arcon. Mas Rhodan acha que ainda não é o momento para que a localização da Terra seja desvendada, o que leva Thora a agir por conta própria, indo para vênus, onde pretende enviar um pedido de ajuda.

Mas em sua fuga, Thora acaba se apropriando de uma nave que não tem um código para entrar na base e é abatida pela mesma. E Perry Rhodan, que vai atrás dela, comete o mesmo erro. Ficão então os dois e seus companheiros perdidos no mundo primitivo à mercê de todos os seus perigos.

A capa original. 


Esse é o plot de A fuga de Thora, volume 22 da série. O livro é escrito por Clark Darlton, cuja prosa deliciosa sempre garante uma boa leitura e que nos brinda com sequências como: “Até mesmo as superfícies pantanosas, de brilho tão traiçoeiro, se apresentavam agora como a palheta furta-cor de um pintor divino que, invisível, zelava pela sua obra em constante modificação”. Um nível de prosa muito acima do que se poderia esperar de um livro de bolso.

Mas Darlton também tinha uma predileção para a comédia e para a crítica de costumes e mesmo numa trama tão fechada na aventura encontra margem para desenvolvê-las. À certa altura, por exemplo, os protagonistas se deparam com os grupos de sobreviventes do Bloco Oriental (que haviam tentado invadir Vênus num dos volumes anteriores). Um desses grupos é formado por pacifistas absolutos: “E agora estava empenhados em impingir esse pacifismo aos rebeldes; se preciso com o emprego de violência”. A sequência é nitidamente uma crítica ao discurso da guerra para acabar com as guerras, usado tanto na primeira quanto na segunda guerra mundiais.

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