segunda-feira, fevereiro 28, 2022

Rom – o cavaleiro espacial

 


Bill Mantlo era um especialista em transformar brinquedos toscos em quadrinhos de sucesso. Fez isso com os Micronautas e fez isso com um brinquedo ainda mais tosco, ROM, o cavaleiro espacial. Consta que o filho pediu o brinquedo de presente e, quando viu o robô, Mantlo pensou que poderia dar uma boa HQ.

O resultado foi uma lenda dos quadrinhos, com 75 edições publicadas e participação em muitos especiais. Grande parte do apelo do título estava na mitologia criada ao redor do personagem, mitologia que já estava presente no primeiro número, publicado em 1979.

O boneco era realmente tosco. 


Esse primeiro número (com um desenho de Sal Buscema muito mais detalhista do que o normal), mostrava logo de cara o cavaleiro espacial chegando à Terra numa imagem empolgante e grandiosa, com rochas partidas à sua volta, fogo e efeitos visuais. Uma imagem que, embora reproduzisse o robô vendido pela empresa parker Brothers, não se parecia em nada com o esquelético e tosco bonequinho.

Logo em seguida, o personagem vai parar numa rodovia, onde quase é atropelado por um carro, que se desvia dele e vai cair no abismo, sendo salvo pelo herói. Ali estava uma personagem, Brandy Clark, que faria parte do panteão de personagens secundários da série.

A primeira imagem do personagem nos quadrinhos é uma bela cena de impacto. 


A sequência seguinte mostra Rom chegando numa cidadezinha, onde ele usa seu analisador para identificar os espectros e o neutralizador para enviá-los para o limbo. Mas para quem está assistindo, a cena representa apenas um alienígena invadindo a cidade e matando cidadãos. Essa percepção é simbolizada no filme em cartaz no cinema: “A criatura do espaço”.

Os espectros, claro, aproveitam a situação para chamar o exército dos Estados Unidos na tentativa de conter o cavaleiro espacial.

Para quem estava vendo, a cena mostrava um alienígenas matando humanos. 


É essa aspecto, de herói incompreendido, que fará com que a versão quadrinística de Rom faça tanto sucesso. Como um típico herói Marvel, ele parece mais uma ameaça que um herói.  

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