Bill Mantlo era um
especialista em transformar brinquedos toscos em quadrinhos de sucesso. Fez isso
com os Micronautas e fez isso com um brinquedo ainda mais tosco, ROM, o
cavaleiro espacial. Consta que o filho pediu o brinquedo de presente e, quando
viu o robô, Mantlo pensou que poderia dar uma boa HQ.
O resultado foi uma lenda
dos quadrinhos, com 75 edições publicadas e participação em muitos especiais. Grande
parte do apelo do título estava na mitologia criada ao redor do personagem,
mitologia que já estava presente no primeiro número, publicado em 1979.
Esse primeiro número (com
um desenho de Sal Buscema muito mais detalhista do que o normal), mostrava logo
de cara o cavaleiro espacial chegando à Terra numa imagem empolgante e
grandiosa, com rochas partidas à sua volta, fogo e efeitos visuais. Uma imagem
que, embora reproduzisse o robô vendido pela empresa parker Brothers, não se
parecia em nada com o esquelético e tosco bonequinho.
Logo em seguida, o
personagem vai parar numa rodovia, onde quase é atropelado por um carro, que se
desvia dele e vai cair no abismo, sendo salvo pelo herói. Ali estava uma
personagem, Brandy Clark, que faria parte do panteão de personagens secundários
da série.
A primeira imagem do personagem nos quadrinhos é uma bela cena de impacto.
A sequência seguinte
mostra Rom chegando numa cidadezinha, onde ele usa seu analisador para
identificar os espectros e o neutralizador para enviá-los para o limbo. Mas para
quem está assistindo, a cena representa apenas um alienígena invadindo a cidade
e matando cidadãos. Essa percepção é simbolizada no filme em cartaz no cinema: “A
criatura do espaço”.
Os espectros, claro,
aproveitam a situação para chamar o exército dos Estados Unidos na tentativa de
conter o cavaleiro espacial.
Para quem estava vendo, a cena mostrava um alienígenas matando humanos.
É essa aspecto, de herói
incompreendido, que fará com que a versão quadrinística de Rom faça tanto
sucesso. Como um típico herói Marvel, ele parece mais uma ameaça que um herói.
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