sexta-feira, março 11, 2022

A Garota-esquilo


Em 1990, Steve Ditko e Will Murray criaram uma super-heróina inusitada para uma história complementar da antologia Marvel Super-Heroes. O nome? Garota-esquilo. Era uma mutante com rabo que tinha poderes de esquilo, incluindo dentes frontais avantajados e podia se comunicar com roedores. Na história, ela tenta se tornar parceira do Homem-de-ferro e ajuda a vencer o Dr. Destino.

Garota-esquilo? Aparentemente era só uma piada e com certeza a personagem nunca ganharia um título. Mas em 2005 a personagem apareceu na minissérie Vingadores Centrais e chamou a atenção do público. A partir daí começou a aparecer em vários outros títulos até ganhar uma série própria, em 2015, escrita por Ryan North com arte de Erica Handerson.

A primeira aparição da personagem.


O resultado é muito divertido. Na trama, Daaren Green está se mudando para a faculdade quando os esquilos a avisam que Galactus está vindo aí (aparentemente, os esquilos têm grandes habilidades astronômicas). Mas dessas vez ele veio camuflado e não mandou nenhum arauto na frente para avisar de sua presença (o roteiro toca num ponto interessante: por que um ser como Galactus precisaria avisar um planeta repleto de super-heróis, dando tempo para que eles se preparassem?). Nesse meio tempo ela derrota ladrões de banco, Kraven, o Caçador e Chicote Negro.

Destaque para a interação entre a protagonista e mindinha, sua amiga esquilo,  que na história consegue falar (embora só Daaren possa entendê-la), o que dá ensejo a ótimos diálogos.



Outro ponto é a forma como a Garota-esquilo vence os desafios. Embora algumas soluções sejam forçadas (uma armadura de esquilos?), outras funcionam bem. E a forma como ela vence Galactus é realmente genial. Aliás, ponto para o diálogo dela com galactus:

- Você me entende? Ninguém entende esquilos! – diz mindinha.

- Aquele que detém o poder cósmico pode lançar raios de seus olhos, se teleportar e criar e destruir vida por todo o tempo e espaço. Então, obviamente, falar com esquilos não é nada demais.



O desenho de Erica Handerson passeia entre o anatômico e o caricatural, funcionando muito bem para a história.

No Brasil essas histórias foram publicadas apenas na coleção os heróis mais poderosos da Marvel e passou batido entre os fãs. Infelizmente, pois é grata surpresa.

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