A série Ministério do espaço surgiu no verão de 1999, quando o escritor Warren Ellis resolveu desencaixotar velhos livros para guardá-los no sótão da nova casa. Entre eles, achou um álbum em capa dura que havia ganhado de presente de natal do pai quando era criança: “Dan Dare – O homem de lugar nenhum”. Dan dare é um personagem clássico de ficção científica inglesa, um dos personagens mais populares dos quadrinhos britânicos da década de 1950.
Lendo aqueles quadrinhos, Warren se perguntou: Por que a Inglaterra, o império no qual o sol nunca se punha, não havia tomado a dianteira da corrida espacial? O seria necessário acontecer para que a Inglaterra se tornasse a grande potência espacial?
A junção entre o moderno e o vintage é o grande charme da história. |
Foi a partir dessa indagação que surgiu Ministério do Espaço. A história começa no ano de 2001, quando John Dashwood descobre que os americanos vão lançar um foguete para a Lua, desafiando a supremacia dos ingleses no espaço.
Essa pequena sequência nos mostra um mundo muito diferente do que conhecemos em 2001. Vemos um avião que parece ser capaz de planar no espaço e pousar na vertical, pessoas que voam com foguetes nas costas, garotos que voam com hélices como helicópteros. A Inglaterra do quadrinho parece toda voltada para o céu.
A história parte de uma pergunta: O que aconteceria se a Inglaterra fosse pioneira das viagens espaciais? |
A trama então volta a 1945 e mostra como os ingleses conseguiram se apropriar dos cientistas nazistas e destruir todo o registro dos foguetes alemães.
A história segue assim, de maneira totalmente não-linear, alternando entre vários momentos da história da inglaterrra espacial. Não é apenas uma opção estética. O recurso é usado principalmente como elemento de suspense, deixando o leitor curioso para saber como a Inglaterra chegou a tal posto e, principalmente, de onde foi tirado o dinheiro para tal aventura espacial.
O detalhismo da arte de Weston impressiona. |
O roteiro de Warren Ellis é engenhoso, mas quem rouba a cena é o desenhista Chris Weston. Ele se sai bem desenhando pessoas, mas é quando mostra equipamentos, naves espaciais que realmente brilha. Suas naves são uma mistura de alta tecnologia com vintage, numa antecipação realmente interessante do que seria um mundo espacial britânico.
1 comentário:
A Devir lança as coisas e a gente que gosta nem fica sabendo. Esse Ministério eu nunca tinha ouvido falar. E olha que assisto uns 3 canais de quadrinhos na Net. Que saudades de comprar as terças e quintas a Folha da Tarde e ler uma página inteirinha só sobre quadrinhos que o Franco da Rosa editava. Foi nessas páginas que me informei de muitos lançamentos e novidades. O livro "A rainha dos anjos" de Greg Bear por exemplo eu encontrei num sebo, por puro acaso, pois nem sabia que tinha sido lançado.
Enviar um comentário