Até o último homem conta a história real do herói de guerra Desmond Doss, interpretado por Andrew Garfield. Objetor de consciência, Doss se recusava a pegar em armas, ou matar. Mesmo assim foi para a guerra para ajudar os soldados como médico. Chamado de covarde e quase levado à corte marcial, Doss conseguiu salvar 70 soldados feridos. Depois de uma investida fracassada, todas as forças recuaram e descem o despenhadeiro, e só ele fica lá no alto de uma montanha, resgatando os soldados feriados em meio ao bombardeios e patrulhas de soldados inimigos.
Até o último homem é a história de um homem que coloca suas convicções e princípios acima do grupo. A maioria das pessoas se adequa ao grupo, mesmo que isso vá contra aquilo que eles acreditam como certo. Cristão adventista, Doss acredita que matar é pecado e não se deve revidar uma agressão. Isso o faz enfrentar agressões dos colegas e todo o comando do exército para, ao final, ir para a guerra sem nada além de gaze, morfina e outros medicamentos.
O diretor, Mel Gibson, consegue equilibrar perfeitamente a narrativa, o conflito interno do personagem (que é acusado por todos de covarde) é tão interessante quanto o conflito externo. O expectador sabe que ao final ele irá se revelar um herói (está na sinopse do filme), mas ainda assim fica hipnotizado pela narrativa. Gibson sabe filmar cenas de guerra, mas é ainda mais certeiro ao filmar as cenas de salvamento. Todo o esforço do soldado que passa a noite inteira andando pelo campo inimigo rezando para salvar mais um é sentido na pele pelo telespectador. E não tirá-los do campo inimigo: ele precisa descê-los pelo despenhadeiro com uma corda. A atuação de Andrew Garfield, aliás, ajuda muito.
Ao terminar, ficamos nos perguntando como seria o mundo se tivéssemos mais cristãos como Desmond Doss.
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