Na década de 1960, vários seriados de ficção científica (o mais famoso deles Viagem ao fundo do mar), trazia semanalmente monstros irracionais e assassinos que deveriam ser destruídos a qualquer custo.
O episódio O demônio da escuridão, da primeira temporada de Jornada nas estrelas, ecoa esse tema, mas o subverte completamente.
Na história, a Enterprise chega num planeta repleto dos mais variados tipos de minérios, mas os mineiros estão sendo mortos por uma criatura estranha e muito poderosa, que Spock acaba descobrindo ser feita de silício.
O episódio fala de como os humanos temem o que parece ser diferente e tentam destruí-lo ao invés de compreendê-lo, uma ideia muito à frente da década de 1960, o que mostra que Jornada era visionária não só no aspecto tecnológico, mas também no aspecto comportamental.
O demônio da escuridão torna-se então uma metáfora para, por exemplo, a situação dos índios americanos, que tinham suas terras invadidas e, quando reagiam, eram mostrados como monstros.
Esse nem de longe é um dos melhores episódios de Jornada (fica muito óbvio, ali pelo meio do episódio, o que está realmente acontecendo), mas é relevante e muito à frente de seu tempo. Mérito do roteirista Gene L. Com e para Leonard Nimoy, que consegue – através do elo mental, dar personalidade e profundidade a um monstro de pedra (que na verdade era um homem debaixo de um tapete).
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