12 homens e uma sentença, filme de 1957 escrito por Reginald Ros e dirigido por Sidney Lumet é um dos melhores senão o melhor filme de tribunal de todos os tempos.
A trama começa exatamente na parte final do julgamento, quando os jurados se recolhem a uma sala para decidir o destino de um jovem suspeito de matar o próprio pai.
As provas contra ele parecem arrebatadoras: a vizinha da frente o viu matando o próprio pai, o vizinho de baixo no prédio o viu fugindo pela porta da frente do prédio. O único hálibe do garoto parece não se sustentar: ele diz que estava no cinema, mas quando foi interregado pelos policiais não conseguia se lembrar de qual filme havia assistido.
Quando vão votar, onze dos doze jurados decidem pela condenação. Um único jurado vota contra. Aos poucos, seus argumentos e novas interpretações sobre o que foi visto vão fazendo com que cada um dos outros jurados mudem de lado, considerando que há uma dúvida razoável sobre quem de fato matou o homem.
Da mesma forma que no assassinato, os pequenos detalhes que ocorrem na sala onde os jurados conversam é importante: o jurado que mostra a foto do filho, o outro que esfrega o nariz, o outro que se mostra preconceituoso, tudo se encaixa perfeitamente e tem relevância para decifrar o caso, desmontando a hipótese de que o garoto seja realmente o assassino.
O filme todo se passa em uma única sala (exceto pela cena inicial, que ocorre na sala do julgamento), envolvendo apenas os 12 homens, as provas e um oficial de justiça, que leva as provas. Poderia ser um filme chatíssimo, mas é impossível desviar a atenção.
O filme funciona, apesar de ter um número limitado de atores e uma única locação porque é um encontro de grandes talentos, a começar por Reginald Ros, que escreve um roteiro sem furos, em que tudo se encaixa perfeitamente e todos os personagens são muito bem caracterizados. Por outro lado, Sidney Lumet dá uma verdadeira aula de direção, com destaque para o uso muito inteligente de closes e planos detalhes. E, por fim, 12 grandes atores, a começar por Henry Fonda no papel do jurado que vota pela inocência do garoto, e sua antítese, Lee J. Cobb, o mais arraigado na hipótese de que o garoto é realmente culpado.
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