quarta-feira, abril 27, 2022

Kull – Lua dos doendes

 


Estamos acostumados a pensar no Conan de John Buscema arte-finalizado pelos artistas filipinos, que acrescentavam detalhes e davam um ar mais selvagem ao traço do veterano da Marvel.

Assim, é curioso ver Buscema numa história de espada e magia arte-finalizado por Klaus Janson, um cara que ficou conhecido por entintar as histórias do Demolidor desenhadas por Frank Miller.

O resultado dessa mistura insólita podemos observar no número 6 da revista Kull the conqueror, publicada em 1984.

A splah page inicial é um bom exemplo de como a dupla funcionou. 


Na história, intitulada Lua de Duendes, com roteiro de Alan Zelenetz, Brule acompanha uma garota nobre pelos campos, mas ela se demora formando um buquê de flores como presente para a irmã. E demora tanto que anoitece. Acontece que aquela é a noite do ano em que os duendes surgem para tentar as pessoas com seu maior desejo. Uma vez aceita a oferta, a pessoa se torna escrava dos duendes – uma bela metáfora de como podemos nos tornar escravos dos nossos próprios desejos.

Os duedes oferecem o maior desejo da pessoa. 


O roteiro de Zelenetz funciona bem, mantendo o suspense e o clima de maravilhamento necessário para uma história de magia – as sequências com os duendes gritando suas ofertas são as melhores da HQ.

Já quanto ao desenho, embora Janson simplifique o traço de Buscema, a história funciona, ganhando nas expressões faciais o que perde em outros aspectos. A primeira imagem, com a moça entretida com as flores enquanto Brule, ao fundo, a repreende, é um exemplo de como essa pareceria funcionou.

Uma bela splash page da história. 


No Brasil essa história foi publicada pela editora Abril em Conan, o bárbaro 6.

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