quinta-feira, abril 28, 2022

O Mundo de metrópolis

 



A entrada de John Byrne no título do Super-homem e sua consequente reformulação marcou o fim definitivo de qualquer vestígio que o personagem pudesse ter da era de prata. Entretanto, Byrne foi responsável por uma série que ecoa (talvez como homenagem) diretamente a era de prata. Chamada World of Metropolis (O mundo de Metrópolis), ela tirava o foco das grandes tramas e dos super-vilões para o mundo dos personagens secundários da série. Cada número era focada em um desses personagens (curiosamente, Clark Kent era um desses, o que mostrava bem a ideia que Byrne tinha sobre o título): o primeiro em Perry White, o segundo em Lois Lane, o terceiro em Clark Kent e o último em Jimmy Olsen.

O traço de Mortimer deu um ar saudosista à série.


Embora o roteiro e as capas fosse de Byrne, a arte ficou por conta de Win Mortimer, um desenhista canadense, veterano da DC, o que dava à série um visual retrô.

Há uma estrutura fixa nas histórias: elas sempre começam no presente, e depois há vários flash backs contando alguma história sobre o personagem. Perry White, por exemplo, disputava a esposa com Lex Luthor, o que mostra a razão pela os dois se odeiam tanto. Lois Lane estrela uma história na qual é mostrado como ela, com apenas 15 anos, conseguiu um furo de reportagem e assim foi contratada pelo Planeta Diário. A história de Jimmy Olsen mostra como ele inventou o relógio com o qual chama o Super-homem.



Uma das histórias mais interessantes – e que mais reverberam a era de prata, é “Um estranho na cidade”, focado em Clark Kent.

Na história é mostrado como Kent chegou em Metrópolis, como se tornou repórter e a relação que teve com uma relação com uma garota, Ruby.

Ainda um novato na cidade grande, o jornalista não usava um uniforme quando agia como herói (uma estratégia usada por Byrne para diferenciar Kent do Super que conhecemos).



Assim, ainda novato, ele se depara com um grupo de malfeitores com armamento pesado atirando contra a polícia. A sequência, hilária, é típica da era de prata: os terroristas usam uma arma para atirar uma bomba na polícia, mas Kent, usando super-velocidade, apodera-se da bomba. Eles tentam de novo, e de novo a bomba parece desaparecer. Quando eles começam a atirar com uma metralhadora, a visão de calor faz com que as balas evaporem.



Essa série mostra bem que, embora John Byrne tenha contribuído para colocar um ponto final na era de prata da DC, ele no fundo era um fã dessa fase.

 No Brasil essas histórias foram publicadas pela Abril em Super-homem especial 2.

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