sábado, junho 25, 2022

A teoria comportamental na educação

 

Um dos pensadores mais importantes da educação no século passado foi o norte-americano Frederic Skinner. Suas idéias influenciaram a educação a tal ponto que, de uma análise dos CD-ROM educativos de meus filhos, conclui-se que todos eles são baseados na teoria de Skiner de condicionamento e reforço. 
As origens do pensamento de Skinner remontam ao fisiologista russo Ivan Pavlov. Ganhador do prêmio Nobel de 1904 na categoria de medicina fisiológica, Pavlov ficou famoso por sua experiência com um cachorro. Ao mostrar comida para um cão, o cientista percebeu que este salivava e chamou a isso reflexo incondicionado. Em um segundo momento, o cientista tocou uma campainha e anotou que a resposta do cão era apenas virar a cabeça para olhar de onde se originava o som. Pavlov passou a tocar a campainha toda vez que apresentava a carne ao cão. Em um terceiro momento, apenas o toque da campainha já era capaz de provocar salivação no animal.

Pavlov conclui que o comportamento dos seres vivos pode ser controlado através de um processo de condicionamento. Para isso, basta associar à resposta desejada uma outra resposta, já natural do organismo e agradável. Para Pavlov a recompensa deveria vir um pouco antes do estímulo que se quer condicionar para que se estabeleça uma relação. Para o cientista, também é necessário um reforço constante para manter o comportamento desejado. Essa técnica é utilizada pela publicidade, quando os anúncios associam situações de prazer (viagens, esportes, sexualidade) com produtos. Da mesma forma, ao se associar determinado comportamento a respostas negativas, pode-se eliminar esse comportamento. No filme Laranja Mecânica, cientistas tentam reabilitar um delinquente aplicando injeções que o fazem ter enjôos enquanto observa cenas de violência e sexo.
No filme Laranja mecânica, a teoria comportamental é usada para reabilitar um delinquente juvenil. 


Skinner reformulou a teoria de Pavlov, lançando as bases do neo-behavorismo ou teoria do condicionamento. Para eles, existem dois tipos de comportamento.
O comportamento respondente são os reflexos e respostas inatas ao ser humano. São respostas naturais. Quando nosso corpo começa a tremer quanto está frio, por exemplo, temos um comportamento respondente.
O comportamento operante é aquele cuja freqüência foi aumentada ou diminuída como resultado de um condicionamento.
Para Skinner, todos os comportamentos têm a mesma possibilidade de ocorrer, mas se determinada resposta for reforçada, esse comportamento terá maior chance de ocorrer do que outros. Correr é um comportamento inato do rato, assim como andar, mas se, ao final da corrida, ele recebe comida, a chance dele passar a correr se torna maior.
Skinner discordou de Pavlov afirmando que o reforço à resposta deve ocorrer depois, e não antes do comportamento desejado. Para ele, se, no momento em que houver uma resposta correta, houver um reforço, o sujeito terá uma tendência a repetir esse comportamento. Por outro lado, se não houver reforço, o comportamento terá uma tendência a ser extinto. Um exemplo é a criança que faz bagunça para chamar atenção dos pais. Se os pais não demonstrarem nenhuma atitude, a tendência da criança será parar esse comportamento. Por outro lado, a criança que é aplaudida e parabenizada ao guardar os brinquedos de forma organizada, terá a tendência de apresentar novamente esse comportamento.
Para essa corrente de pensamento, a inteligência é vista como a capacidade do organismo de responder aos estímulos do ambiente. Uma pessoa inteligente é aquela que responde melhor ao condicionamento. Um exemplo disso é a chamada caixa de Skinner, em que um rato é deixado em uma caixa e deve apertar uma tecla. A toda vez que a tecla é apertada, o animal recebe alimento. Ou seja, a resposta correta à situação foi premiada com alimento. Um rato inteligente é aquele que percebe logo essa relação e passa a agir de acordo com o condicionamento.

Para a teoria comportamental, a função da escola é manter e conservar os padrões de comportamento aceitos como úteis e desejáveis para uma determinada sociedade, dentro de um determinado contexto cultural, assim como eliminar os comportamentos indesejáveis.
Como o comportamento é moldado a partir da estimulação externa, o aluno não deve participar das decisões curriculares. Essas decisões são tomadas pelos dirigentes e pelo professor, sempre amparados nos objetivos e tendo em vista as necessidades da sociedade.

Os comportamentos desejáveis por parte dos alunos são mantidos através de reforços imediatos, como elogios, notas, prêmios, e reforços remotos, como diploma, vantagens na futura profissão e possibilidade de ascensão social.

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