domingo, julho 31, 2022
Fundo do baú - Túnel do tempo
Discutindo Filosofia - especial Karl Marx
Entenda por que os comentários estão sendo moderados
- Gian, entrei no seu blog e tentei comentar numa matéria, mas não ele não foi publicado imediatamente
- Infelizmente eu tive que acionar a moderação de comentários.
- Caramba, são dezenas de comentários iguais o cara já começa te chamando de stalinista!
Black Mirror – quinta temporada
Conan em Nova York
A edição 43 da revista Heróis da TV troux como principal atração uma história de Conan publicada na revista What if (aqui traduzida como O que aconteceria se...) em 1979. Na história, Conan surge na Nova York da década de 1970 em pleno apagão. O desenho de John Buscema como arte final de Ernie Chan dispensa apresentações. O visual rico da história enche os olhos do leitor desde a capa. O desafio ficou mesmo por conta do roteirista Roy Thomas: como trazer o cimério para nossos dias e manter a verossimilhança da história? Afinal, Conan é um personagem de fantasia capa e espada. Como adequar isso a um ambiente urbano contemporâneo. Thomas resolve isso através de um truque esperto: Conan veio para nosso tempo através de magia.
Conan vai para o futuro e se apaixona por uma taxista. |
A HQ é tão repleta de ação que o leitor facilmente esquece a descrença e embarca na história, apesar de algumas incoerências (Conan se apaixona por uma taxista e parece cavaleiro demais - em determinado o texto diz que ele está esganando um homem com a mão direita, quando o desenho o mostra fazendo isso com a mão esquerda, que havia levado um tiro).
No final, é, acima de tudo uma história divertida. Destaque para o humor de Roy Thomas, que brinca o tempo todo com o fato de que os personagens não falam a mesma língua, o que provoca diversos equívocos.
Registro histórico
Monstro do Pântano – Estranhos frutos
Em
gótico americano, Alan Moore revisitou os principais monstros do terror. Nos
números 41 e 42 ele abordou os zumbis, como sempre de maneira revolucionária.
Na
trama, uma equipe de TV está gravando uma soap opera em um velho casarão
sulista. Mas o local está impregnado de tragédia e maldição, um horror que virá
à tona quando os atores encarnarem as pessoas reais que moraram ali.
A história começa com uma sequência em visão subjetiva. O leitor entra no casarão e parece ouvir os fantasmas.
A
história inicia como se o leitor estivesse entrando na casa e descendo ao porão
até parar numa coluna manchada de sangue. O diálogo é colocado na forma de
legendas, como se reverberasse pela estrutura da casa assombrada: a esposa do
senhor envolveu-se com um negro. Quando descobriu, o senhor de escravos levou o
escravo até o porão e esfolou-o.
A
trama pula para os dias atuais e temos novamente um trio, mas agora com papéis
trocados: a mulher é racista e tem nojo do ator negro, enquanto o ator que faz
papel de seu marido faz de tudo para ser aceito pelo ator negro. Essa situação
vai se invertendo quando os fantasmas do passado encarnam nos atores e eles
passam a representar o drama real. Ao mesmo tempo, os mortos levantam da tumba
e vão até o casarão, exigindo sua liberdade.
A sequência do morto que não consegue descansar é uma das melhroes.
Curiosamente,
as melhores sequências são focadas nos zumbis. É também quando o texto de Moore
encontra seu ápice: “Mas uma coisa todos queriam sem exceção: liberdade.
Liberdade desse solo ruim, onde ressentimentos enterrados envenenam as raízes
do mundo e de todas as culturas. Liberdade dessas terras contaminadas que
deitam frutos tão amargos”.
É
um zumbi que protagoniza a impressionante sequência final, repleta de humor
ácido e critica social. Um dos mortos vivos apresenta-se como candidato à vaga
como bilheteiro em um cinema. O próprio dono do cinema afirma que é um trabalho
lamentável, em que as pessoas são obrigadas a passar horas sem comer ou ir ao
banheiro, por isso poucos ficam muito tempo. “Tudo bem, quando eu começo?”,
responde o zumbi. “Olha, gostei da sua atitude. Você não resmunga sobre
condições de trabalho nem vem com papo de sindicato. Não se fazem mais
trabalhadores assim”. A metáfora é óbvia: algumas vagas de trabalhos são tão
entediantes e deploráveis que só poderiam ser ocupadas por zumbis.
A parte final da história é cheia de homenagens a filmes de zumbis.
Uma
curiosidade é que, nessa sequência final, os filmes que estão passando no
cinema são todos de zumbis, como A noite dos mortos vivos, o famoso filme de
George Romero que redefiniu o gênero.
Providence: Alan Moore explora do universo de Lovecraft
O plano de Moore é ousado: não só costurar todo o universo lovecraftiando em uma única história, mas interliga-lo com quase toda a literatura do século XX, tendo como pano de fundo de que a arte é um tipo de magia: quando, por exemplo, escrevemos sobre algo, estamos tornando aquilo real. Moore tem dissertado bastante sobre sua ideia de que ficção e realidade são instâncias que se tocam e influenciam, de modo que a linha entre elas é tênue e nebulosa. Esse é o mote de Providence.
sábado, julho 30, 2022
A arte extraordinária de Mark Schultz
Pororoca Hotel, em Ferreira Gomes
Uma ótima dica para quem visitar Ferreira Gomes é o hotel Pororoca. Situado à beira do rio Araguari, é um ambiente agradável, longe da muvuca e do som alto. Um local para relaxar ao som dos passarinhos e da água do rio. Alguns apartamentos têm sacada de frente para o rio, o que é uma atração a mais. O hotel também conta com uma trilha e um parque temático sobre as lendas da amazônia. A garotada com certeza vai adorar mergulhar nesse universo mitológico. Os contatos para reserva são o e-mail pororocahotel@bol.com.br e os telefones (96) 33261436 e (96) 999717424. Confira abaixo algumas imagens do parque temático.
Homem-aranha: ameaça ou calamidade pública?
Homem-Aranha – Surge o Duende Verde
O Duende Verde, o mais perigoso e mortal vilão já enfrentado pelo aracnídeo, surgiu na revista The Amazing Spiderman 14, de 1963.
Hoje em dia parece muito
estranho o texto da chamada de capa, que apresentava o personagem: “O Duende
verde parece fofinho para você? Ele te faz sorrir? Bem, pode esquecer! Ele é o
vilão mais sinistro e perigoso que o aranha já enfrentou!”. Quem hoje em dia
poderia pensar no Duede como alguém fofinho, que faz sorrir?
O Duende convence um diretor de cinema a fazer um filme com o aracnídeo.
A história é surreal: para
abater o Homem-aranha, o Duende convence um diretor de Hollywood a fazer um
filme com o Homem-aranha contratando também ele e os Executores. Afinal de
contas, por que ele simplesmente não atacou o herói, ao invés de criar toda
essa trama sem sentido?
Uma curiosidade são os diálogos.
Quando aparecem os executores pela primeira vez, as falas são pensadas para
apresentar cada um dos personagens para o leitor: “Pare de jogar essa porcaria
de laço em mim, Montana, ou não vai estar aqui quando o Duende chegar!”; “Relaxa
e não enche, Danny Pomposo! Se for algum truque, o Duende vai se arrepender de
tapear o Touro!”. Com o tempo os diálogos de Stan Lee iriam melhorar muito.
Os diálogos eram expositivos a ponto dos personagens se apresentarem.
Falando em diálogos, à
certa o Homem-Aranha entra numa caverna para escapar dos vilões e dá de cara
com o Hulk, que solta essa pérola: “Você me xinga! Pensa que eu sou um energúmeno
acéfalo! Ah, se soubesse a verdade...”. Sim, naquela época o Hulk dizia expressões
como “energúmeno acéfalo”.
Claro, que no final,
embora consiga derrotar os vilões, o Homem-aranha se dá muito mal. Tudo que
recebe do produtor é dinheiro para voltar para casa. Enquanto isso... o Duende
Verde chega em seu esconderijo e tira a máscara, mas não vemos seu rosto. Ou ele
está de costas, ou há algo na frente. Era uma maneira inteligente de, desde
aquele primeiro número, manter o suspense e fisgar o leitor, fazendo-o se
interessar por ler outras histórias do personagem.
Os autores fizeram um grande suspense sobre a identidade do Duende.
Muito tempo depois seria
revelado que se tratava Norman Osborn, pai do amigo de Peter Parker. Essa solução
era de Stan Lee, o que provocou a fúria de Steve Ditko e o levou a sair da série
e abandonar a Marvel. Ditko achava que o correto seria colocá-lo como alguém
totalmente desconhecido. Mas Lee estava certo: por que fazer todo esse suspense
desde o início se o Duende era alguém totalmente aleatório?
Guia dos Mochileiros das galáxias
sexta-feira, julho 29, 2022
Fundo do baú - Manda-chuva
Manda-chuva é uma série de animação da Hanna-Barbera exibida originalmente entre 1961 e 1962, num total de 30 episódios.
A série tem como personagens um grupo de gatos no beco Hoagie, em Nova York (no Brasil, os tradutores colocaram as histórias se passando em Brasília).
Manda-chuva é um típico malandro, que só pensa em tirar vantagens das situações. Abertura dava o tom da série ao mostrá-lo andando numa limusine (na verdade, ele estava no para-lamas do carro), entrando num restaurante chique e se servindo da marmita de um trabalhador. A letra dizia: “Chegou O Manda-Chuva o tal, é O chefe, o maioral, malandro como ninguém Mas com pinta de ‘gente-bem”".
Manda-chuva usa frequentemente um telefone num poste que deveria ser de uso exclusivo da polícia, serve-se do leite deixado na frente das casas e lê os jornais que os jornaleiros jogam nos quintais.
Além de Manda-chuva, o grupo tinha batatinha, um simpático gordinho, Gênio, um gato tristonho pouco inteligente, Bacana, o galã do grupo, com seu cachecol francês, sempre tentando conquistar as gatinhas que encontra, Xuxu, um gato oriental que está sempre com as mãos nas costas e Espeto, que na versão brasileira virou nordestino e tem como bordão o famoso “Ó xente, Manda-chuva”.
Os episódios geralmente giravam em torno de algum plano mirabolante de Manda-chuva e as tentativas do Guarda Belo de deter os malandros.