O Duende Verde, o mais perigoso e mortal vilão já enfrentado pelo aracnídeo, surgiu na revista The Amazing Spiderman 14, de 1963.
Hoje em dia parece muito
estranho o texto da chamada de capa, que apresentava o personagem: “O Duende
verde parece fofinho para você? Ele te faz sorrir? Bem, pode esquecer! Ele é o
vilão mais sinistro e perigoso que o aranha já enfrentou!”. Quem hoje em dia
poderia pensar no Duede como alguém fofinho, que faz sorrir?
O Duende convence um diretor de cinema a fazer um filme com o aracnídeo.
A história é surreal: para
abater o Homem-aranha, o Duende convence um diretor de Hollywood a fazer um
filme com o Homem-aranha contratando também ele e os Executores. Afinal de
contas, por que ele simplesmente não atacou o herói, ao invés de criar toda
essa trama sem sentido?
Uma curiosidade são os diálogos.
Quando aparecem os executores pela primeira vez, as falas são pensadas para
apresentar cada um dos personagens para o leitor: “Pare de jogar essa porcaria
de laço em mim, Montana, ou não vai estar aqui quando o Duende chegar!”; “Relaxa
e não enche, Danny Pomposo! Se for algum truque, o Duende vai se arrepender de
tapear o Touro!”. Com o tempo os diálogos de Stan Lee iriam melhorar muito.
Os diálogos eram expositivos a ponto dos personagens se apresentarem.
Falando em diálogos, à
certa o Homem-Aranha entra numa caverna para escapar dos vilões e dá de cara
com o Hulk, que solta essa pérola: “Você me xinga! Pensa que eu sou um energúmeno
acéfalo! Ah, se soubesse a verdade...”. Sim, naquela época o Hulk dizia expressões
como “energúmeno acéfalo”.
Claro, que no final,
embora consiga derrotar os vilões, o Homem-aranha se dá muito mal. Tudo que
recebe do produtor é dinheiro para voltar para casa. Enquanto isso... o Duende
Verde chega em seu esconderijo e tira a máscara, mas não vemos seu rosto. Ou ele
está de costas, ou há algo na frente. Era uma maneira inteligente de, desde
aquele primeiro número, manter o suspense e fisgar o leitor, fazendo-o se
interessar por ler outras histórias do personagem.
Os autores fizeram um grande suspense sobre a identidade do Duende.
Muito tempo depois seria
revelado que se tratava Norman Osborn, pai do amigo de Peter Parker. Essa solução
era de Stan Lee, o que provocou a fúria de Steve Ditko e o levou a sair da série
e abandonar a Marvel. Ditko achava que o correto seria colocá-lo como alguém
totalmente desconhecido. Mas Lee estava certo: por que fazer todo esse suspense
desde o início se o Duende era alguém totalmente aleatório?
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