sábado, julho 30, 2022

Homem-aranha: ameaça ou calamidade pública?

 


Frank Miller costuma dizer que aprendeu boa parte do que sabe com Denny O´Neil, roteirista veterano que foi seu editor no Demolidor e a primeira pessoa dentro da Marvel a lhe dar liberdade para criar histórias.
Eles funcionavam também muito bem como dupla criativa, como podemos ver na história “Homem-aranha: ameaça ou calamidade pública?”, publicada em Spiderman annual 15.
A história tem muitas sacadas genias, a primeira delas o fato de ser totalmente focada na edição de 15 de julho do Clarin Diário. JJ Jameson está tentando definir qual será a capa da edição e, claro, opta por uma manchete chamando o aracnídeo de ameaça. Mas Joe Robertson lembra que toda vez que o Clarin tem esse tipo de capa, as vendas despencam.
O eixo narrativo da história é a capa do Clarin...


Enquanto isso, Bem Urich e Peter Parker cobrem um evento que tem tudo para se tornar a manchete do dia: um mágico coloca uma garota em coma com um processo de hipnose e é morto pelo Justiceiro. Ao investigar a história, Parker descobre que a hipnose era, na verdade, um potente veneno. E o Dr Octopus quer se apropriar do veneno e matar cinco milhões de pessoas misturando-o às tintas que irão imprimir o jornal O Clarin.
... cuja manchete vai mudando ao longo do dia. 


Conforme a história vai evoluindo, Jameson vai mudando a capa: o assassinato do guru, a intervenção do Justiceiro, a ameaça de Octopus. E cada um desses “subtítulos” é marcado pela nova capa do jornal. Aí Miller revela sua outra influência: Will Eisner, que na década de 1940 fazia experiências semelhantes em The Spirit.
A história tem o ritmo perfeito, misturando ação e humor na medida certa. É nítido que tanto O´Neil quanto Miller estavam se divertindo muito fazendo essa HQ.
Essa história foi publicada duas vezes pela Abril (em Homem-aranha 1 e Marvel especial 6) e pela Panini (no volume Os Maiores Clássicos do Homem-Aranha n° 4).

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