Stan Lee e Jack Kirby fizeram várias histórias curtas para as revistas mix de terror e monstros da Marvel (na época em que ela nem se chamava Marvel). Quando os super-heróis estouraram, eles trouxeram essa expertise para o gênero, produzindo histórias fechadas, que tinha o clima dos contos de fantasia e terror, mas, ao mesmo tempo, continuavam, perfazendo uma trama maior e mais complexa.
Exemplo disso é a história O caveira vermelha vive, publicada em Tales of suspense 79.
Uma das técnicas usadas nessas histórias curtas é apresentar uma situação inusitada, aparentemente incompreensível, que aguça a imagina do leitor e faz com que ele vá até o final para saber o que realmente está acontendo.
Na história em questão, o capitão está enfrentando homens uniformizados numa splash page grandiosa típica de Kirby, com o herói pulando sobre os vilões, que atiraram a esmo, sem conseguir acertá-lo. Mas nas páginas seguintes descobrimos que ninguém mais está vendo os vilões. Para o público que passa na rua, o capitão está lutando contra ele mesmo.
Ninguém além do Capitão consegue ver os vilões. O herói teria enlouquecido? |
Chega um ponto em que o próprio herói começa a duvidar de sua sanidade – e procura um médico, que aconselha psicanálise, ao que ele retruca: “Mas a psicanálise pode levar meses! Não tenho tanto tempo!”.
Claro que, no final de tudo descobre-se que era tudo um plano do Caveira Vermelha para desacreditar o sentinela da liberdade – um plano que acaba naufragando graças à astúcia do capitão.
Era por esse tipo de história, repletas de ação e suspense, que o Capitão América se tornou um dos melhores personagens da Marvel.
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