Quando surgiu, na revista G.I. Combat, o Sargento Rock
chamou a atenção o suficiente para que os editores da DC Comics decidissem
transformar ele num personagem recorrente.
Aparentemente a equipe original (o desenhista Joe Kubert e o
roteirista Robert Kanigher) não estava disponível, de modo que quem ficou
responsável por essa primeira história da série, publicada em Our Army of War
81, foram Bob Hanney no roteiro e Ross Andru no desenho.
Na história, intitulada “Rock e a companhia Moleza”, Hanney
ignora completamente a HQ de origem do personagem enquanto, ao mesmo tempo,
imita Kanigher.
Na história original, o sargento Rock era um ex-lutador que
nunca permanecia caído por pior que fosse a situação. Isso foi representado
naquela primeira história pela expressão: “Vamos... lute!”.
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O sargento enfrenta um capitão de ferro nazista. |
Na trama criada por Hanney, Rock enfrenta um militar nazista
apelidado de Capitão de Ferro. “O Capitão Nazista era um homenzarrão... mais
alto que seus maiores soldados”, dizia o texto.
Acontece que ele está enfrentando Rock, uma rocha
inabalável, que aguenta qualquer tipo de ataque.
Até aí tudo bem, o problema é que ao invés de resgatar a
experiência como boxeador, Hanney resolve arranjar uma outra profissão para
Rock: “Eu trabalhava com fundição de aço. Você tem que ser forte para trabalhar
com aço incandescente o dia inteiro!”, explica o sargento. E fica repetindo
isso da mesma forma que na história original o personagem repetia o bordão
Vamos.. lute: “Aço incandescente é pior!”, diz ele durante um ataque de
morteiros. Hanney provavelmente usa essa metáfora pelo fato do capitão ser
chamado um capitão de ferro.
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O roteirista muda a origem do personagem. |
Acontece que enquanto a metáfora original fazia sentido (um
lutador que nunca é nocauteado torna-se um sargento que nunca é derrotado por
pior que seja a sitação), a nova metáfora não faz. Afinal, em que sentido uma
pessoa trabalhar com fundição de aço faria com que ela nunca fosse derrotada
numa guerra?
Além disso, há sequências sem sentido. À certa altura o Capitão
de Ferro manda bombardear a trincheria na qual está o sargento está. Um dos
soldados diz: “Sargento, se eu estivesse armando minha arma teria sido atingido
como os outros”. Como assim? Ele precisaria sair da trincheira para colocar
munição na arma?
Além disso, o roteirista desperdiça a oportunidade de
apresentar os integrantes da companhia moleza.
No número seguinte de Our Army at War Kanigher voltaria para
mostrar como se faz.
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