Chris Claremont seria um escritor tão importante para o
grupo de mutantes que seu nome estaria para sempre ligado a eles, mas quando
escreveu a primeira história dos personagens era só um ex-estagiário
substituindo o já veterano Len Wein, tanto que ele escreveu em cima de um plot
criado por Wein.
A história, publicada em X-men 94 e 95 chamava-se O caso
Doomsmith e já começava com os X-men originais avisando o professor Xavier que
estavam fora do grupo. Dos antigos, apenas Banshee e Cíclope ficam, de modo que a equipe é quase
toda renovada.
O próprio Claremont viria a declarar depois que a o grupo
tinha três personagens muito parecidos: Solaris, Pássaro Trovejante e
Wolverine, o que era um problema para o roteirista. Como criar situações e
diálogos sem que um parecesse cópia do outro? Claremont já se livra de Solaris
logo na segunda página: o japonês invocado simplesmente diz que seu único
compromisso é com seu país e seu imperador e dá no pé.
A destruição do jato dos X-men é uma desculpa para Cockrum fazer uma das suas famosas cenas de impacto. |
A trama gira em torno
do Conde Nefária, que usa seus homens-animais para invadir a montanha de
Valhalla, o centro nervoso do sistema de defesa dos EUA. Ocorre que ele
inadvertidamente liga o sistema Doomsmith, que faz com que os misseis nucleares
sejam lançados automaticamente – um sistema que a partir de certo ponto não
pode ser desativado.
Assim que chegam ao local, o avião dos X-men é atingido, uma
desculpa para que Dave Cockrum fizesse uma de suas cenas de impacto, com os
heróis caindo. Essa sequência, inclusive, já revela um problema de Claremont: o
excesso de diálogos. Durante a queda os personagens conversam tanto que dava
tempo deles caírem, subirem e caírem de novo.
Ainda assim, a trama é divertida, envolvente e repleta de
ação e boa caracterização de personagens.
Pássaro Trovejante morre fazendo algo idiota. |
Até o final da história, claremont dá um jeito de se livrar
de mais um herói, dessa vez o Pássaro Trovejante. Ele simplesmente pula no jato
do Conde Nefária e bate no veículo até que ele fique desgovernado e
simplesmente exploda. Era claremont usando e abusando do roteirismo: como não
gostava do personagem, obriga o personagem a fazer algo idiota, que culmina na
sua morte.
Embora a morte de um X-man tenha sido anunciada na capa, no
miolo o professor Xavier passa exatamente uma página lamentando a morte, o que
mostra o quanto o episódio teve pouca importâcia. Perto da morte da Fênix, que
mobilizou edições inteiras, é como se a morte de Pássaro Trovejante passasse
batido. O lado bom é que isso liberou Wolverine para se tornar um personagem de
destaque no grupo.
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