sábado, janeiro 21, 2023

Homem –Aranha – karma

 


Em dezembro de 1980 Frank Miller ainda era um desconhecido. Ele só se tornaria uma estrela da indústria a partir do ano seguinte, quando passaria a não só desenhar, mas também escrever o título do Demolidor. Mas nesse mês ele mostrou todo o seu talento como narrador visual numa história do Homem-aranha escrita por Chris Claremont e publicada em Marvel Team Up 100.

Na história o aracnídeo está se balançando entre os prédios de Nova York quando sente alguém se apossando de sua mente. Essa sequência mostra a grande capacidade narrativa de Miller. O desenhista usa cinco quadros verticais, que destacam o efeito de queda. No primeiro, aparece uma mulher misteriosa, em meio às sombras num belo trabalho de constraste que depois Miller iria aperfeiçoar em trabalhos como Sin City.

Miller já se mostrava um mestre da narrativa. 


Nos dois quadros seguintes vemos o herói, transtornado, caindo, com a rua ao fundo. Então a imagem volta para a mulher misteriosa no escuro, que pensa: “Há muito em jogo! Eu preciso possuir sua mente... e vou conseguir”.

No último quadro vemos o herói se agarrando a uma beirada de prédio.

A personagem finalmente domina não só a mente do herói, como consegue usar seus poderes. Seu plano, aparentemente, é entrar em uma festa beneficiente para sequestrar duas crianças – depois descobrimos que ela quer, na verdade, salvar as crianças.

O herói entra em rota de colisão com o Quarteto. 


Acontece que o Quarteto Fantástico é convidado da festa e isso cria uma luta titânica entre o grupo de o aracnídeo cuja mente está dominada.

A história avança incluindo uma situação em que outro personagem domina a mente do Quarteto e coloca os quadro para lutarem contra o Aranha.

Uma das características do método Marvel é que os desenhistas tinham muita liberdade de interferir nas histórias e na forma como elas eram narradas. Isso fica muito óbvio nessa história, que conversa com o gênero policial, algo que foge do estilo de Claremont.

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