Impressionante. Essa é a melhor palavra para descrever 1917, novo filme de Sam Mendes (diretor do premiado Beleza Americana). São 159 minutos de ação initerrupta, ótima fotografia e direção brilhante, que costura longas tomadas de planos sequência.
O filme conta a história (baseada em um relato do avô do diretor) de dois soldados que precisam atravessar a terra de ninguém para entregar uma mensagem para um batalhão inglês e impedi-los de atacar: os alemães criaram uma armadilha que poderá provocar a morte de milhares de soldados ingleses.
Para quem não sabe, a primeira guerra foi uma guerra de trincheiras. Com poderio bélico muito semelhante, os dois exércitos evitavam ataques diretos, cavando trincheiras e tentando conquistar territórios muitas vezes metro a metro. A perigosa área que ficava entre uma trincheira e outra era chamada terra de ninguém e é exatamente essa região que deverá ser atravessada pelos dois soldados.
O que vemos é uma sucessão de obstáculos: ratos, arame farpado, armadilhas deixadas pelos alemães. A primeira guerra mundial foi, essencialmente, uma guerra suja, travada entre lamaçais e muita imundice e o filme mostra isso com maestria. Mas também consegue, em meio a toda essa ação, humanizar os personagens.
A opção pelos planos sequência faz com que o expectador se sinta dentro da cena em um ótimo trabalho de imersão. Como o tempo todo os dois soldados parecem estar no fio da navalha, a tensão é enorme. Mesmo momentos menos densos e até poéticos, como quando em que os dois encontram uma fazenda, servem para aumentar a tensão, pois o expectador sabe que aquela calma é totalmente ilusória e que o perigo irá irromper a qualquer momento.
Sem comentários:
Enviar um comentário