Lídia Poet, série criada por Criada por Guido Iuculano e Davide Orsini, é baseada em uma personagem real, a primeira advogada italiana. Formada numa época em que o machismo imperava, ela foi proibida de exercer a profissão, tornando-se assistente do irmão.
O seriado pega essa figura real e essa premissa para
construir uma trama policial, em que Lídia resolve um crime a cada episódio
enquanto tenta conseguir novamente a permissão para advogar.
A estrutura é mais ou menos a mesma: Lídia se depara com um
cliente que está preso por um crime que não cometeu e deverá provar sua
inocência.
É uma estrutura interessante, com um bom desenvolvimento.
Não há exageros ou piruetas narrativas, como temos visto em Enola Holmes,
muitas vezes com soluções pouco críveis. A narrativa é simples, mas envolvente.
Lídia consegue resolver as situações com um senso de observação apurado e
raciocínio lógico. Em uma das histórias, por exemplo, ela percebe que a
principal testemunha contra sua cliente é um vigia alcoolatra que dormiu em
serviço. O final parece uma consequência muito lógica do veio antes.
Vale destacar a atuação fenomenal de Matilda De Angelis, com
suas pequenas expressões faciais extremamente reveladoras. A moda da época, um
período em que as mulheres usavam cabelos presos, com chapéus, também ajuda a
atuação, já que dá destaque para seu rosto. Aliás, o figurino usado por Lídia
também cabe um elogio por sua elegância.
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