terça-feira, maio 02, 2023

Amor com fetiche

 


Amor com fetiche, filme Hyeon-jin Park e estrelado pelos astros do K-pop Seohyun e Lee Jun-young trata do BDSM de forma leve, divertida e respeitosa.

A história é focada em dois personagens de nomes semelhantes, Jung Ji-woo e Jung Ji-hoo.

Ele é sub-gerente do departamento de relações públicas de uma empresa que trabalha com personagens infantis. Ela é funcionária desse mesmo departamento.

Um dia uma encomenda para ele é entregue para ela em decorrência dos nomes parecidos. Quando ela abre, descobre que se trata de uma coleira de BDSM, o que faz com que o rapaz entre em desespero. Num fórum da internet ele lê diversas histórias sobre pessoas que foram demitidas porque se descobriu sua preferência por BDSM. Mas ela não diz nada a ninguém. Ao contrário, ela começa a se interessar por esse mundo e a se apaixonar por Jung Ji-hoo na medida em que os dois jogam. Eles terão que lidar com seus sentimentos ao mesmo tempo em que lidam com os problemas da empresa e com o preconceito social contra a prática.

Apesar de falar de BDSM, ou talvez por isso mesmo, Amor com fetiche é um anti-50 tons e não só porque os papéis são invertidos (no filme ela é dominadora e ele submisso). Aqui não temos personagens idealizados, como um milionário tentando comprar uma submissa com presentes caros. Jung Ji-woo e Jung Ji-hoo parecem pessoas reais, com problemas reais.

O filme também evita explicações simplistas e estereotipadas para os personagens (à certa altura uma antiga namorada de Jung Ji-hoo indaga se ele foi abusado quando criança, numa óbvia crítica a essa visão).

Jung Ji-hoo é um homem inteligente, uma liderença, que exerce com eficiência seu cargo de vice-gerente, e os jogos BDSM são exatamente o momento de não estar no controle. Seu principal dilema é considerar-se um pervertido, principalmente por influência de uma ex-namorada. Já Jung Ji-woo precisa lidar com a paixão por seu parceiro ao mesmo tempo que se descobre dominadora e lida com um chefe machista.

Essa caracterização complexa e ao mesmo tempo “fofa” dos personagens ganha muito com as atuações Seohyun e Lee Jun-young.   

Amor com limites consegue mesclar os temas do preconceito, da auto-aceitação com cenas divertidas e leves, como quando a dominadora leva seu submisso para passear com a mão presa à dela por uma corrente. A cena da lanchonete é memorável por seu humor leve.

Acrescente a isso uma trama bem construída com vários ganchos (reparem na caneta de cenoura, que terá muita importância na história) e temos um filme que deve agradar mesmo quem não se interessa pelo tema.    

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