Amor com fetiche, filme Hyeon-jin Park e estrelado pelos astros do K-pop Seohyun e Lee Jun-young trata do BDSM de forma leve, divertida e respeitosa.
A história é focada em dois personagens de nomes
semelhantes, Jung Ji-woo e Jung Ji-hoo.
Ele é sub-gerente do departamento de relações públicas de
uma empresa que trabalha com personagens infantis. Ela é funcionária desse
mesmo departamento.
Um dia uma encomenda para ele é entregue para ela em decorrência
dos nomes parecidos. Quando ela abre, descobre que se trata de uma coleira de
BDSM, o que faz com que o rapaz entre em desespero. Num fórum da internet ele lê
diversas histórias sobre pessoas que foram demitidas porque se descobriu sua
preferência por BDSM. Mas ela não diz nada a ninguém. Ao contrário, ela começa
a se interessar por esse mundo e a se apaixonar por Jung Ji-hoo na medida em
que os dois jogam. Eles terão que lidar com seus sentimentos ao mesmo tempo em
que lidam com os problemas da empresa e com o preconceito social contra a prática.
Apesar de falar de BDSM, ou talvez por isso mesmo, Amor com
fetiche é um anti-50 tons e não só porque os papéis são invertidos (no filme
ela é dominadora e ele submisso). Aqui não temos personagens idealizados, como
um milionário tentando comprar uma submissa com presentes caros. Jung Ji-woo e Jung
Ji-hoo parecem pessoas reais, com problemas reais.
O filme também evita explicações simplistas e estereotipadas
para os personagens (à certa altura uma antiga namorada de Jung Ji-hoo indaga
se ele foi abusado quando criança, numa óbvia crítica a essa visão).
Jung Ji-hoo é um homem inteligente, uma liderença, que
exerce com eficiência seu cargo de vice-gerente, e os jogos BDSM são exatamente
o momento de não estar no controle. Seu principal dilema é considerar-se um
pervertido, principalmente por influência de uma ex-namorada. Já Jung Ji-woo
precisa lidar com a paixão por seu parceiro ao mesmo tempo que se descobre
dominadora e lida com um chefe machista.
Essa caracterização complexa e ao mesmo tempo “fofa” dos
personagens ganha muito com as atuações Seohyun e Lee Jun-young.
Amor com limites consegue mesclar os temas do preconceito,
da auto-aceitação com cenas divertidas e leves, como quando a dominadora leva
seu submisso para passear com a mão presa à dela por uma corrente. A cena da
lanchonete é memorável por seu humor leve.
Acrescente a isso uma trama bem construída com vários
ganchos (reparem na caneta de cenoura, que terá muita importância na história)
e temos um filme que deve agradar mesmo quem não se interessa pelo tema.
Sem comentários:
Enviar um comentário