É comum que as pessoas tenham em suas casas uma estatueta de
um monge gordo e sorridente. Essa imagem é normalmente associada a Buda
histórico Sidarta Gautama, mas retrata Budai, um monge zen muito popular na
China.
Budai era uma figura excêntrica. Costumava percorrer as ruas
das cidades chinesas com sua grande barriga exposta. Ao invés de pregar nos
templos, como fazia a maior parte dos monges budistas, preferia ficar brincando
com as crianças. Carregava um saco de pano nas costas e quando lhe perguntavam
o que tinha lá dentro, respondia: “O mundo inteiro”. Aliás, seu nome advém
disso, já que budai significa saco de pano. Muitas vezes ele levava no saco
doces e brinquedos, que distribuía para as crianças.
Era uma pessoa divertida, que constantemente estava rindo e
fazendo anedotas, razão pela qual também é chamado de “o Buda que ri”. Ele
considerava como sua missão espalhar a alegria e a felicidade por onde quer que
fosse.
Conta a lenda que até após a sua morte ele aprontou uma
anedota. Ele pediu para ser cremado, um costume pouco comum entre monges, e
esse pedido tinha um motivo: ele tinha escondido fogos de artifício na roupa.
Assim, quando seu corpo pegou fogo, começou um verdadeiro espetáculo para os
que estavam acompanhando o evento.
Todas essas características fizeram com que ele se tornasse
um verdadeiro personagem folclórico na China. Após sua morte ele passou a ser
associado à felicidade e à properidade. É comum no Japão e na China as pessoas
terem uma estatueta do Budai com moedas como forma de garantir felicidade e
prosperidade.
É possível que os ocidentais, ao verem essas estatuetas,
tenham perguntado de quem se tratava e a aproximação fonética de Budai com Buda
tenha criado a confusão entre o monge zen chinês e o fundador do budismo.
Entretanto, além de nacionalidades diferentes (Sidarta Gautama Índia), mais de
mil anos os separam.
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