terça-feira, agosto 01, 2023

Deadman – Amor após a morte

 


Deadman, personagem da DC Comics, significa homem morto. Entretanto, esse personagem normalmente é mostrado como uma pessoa normal, apenas na forma espectral.

A minissérie Deadman, amor após a morte, de Mike W. Baron e Kelley Jones, inovou ao mostrar o personagem como um cadáver, o que se adequava muito ao estilo de Jones.

Na história, Boston Brand descobre que uma determinada casa é assombrada pelo fantasma de uma trapezista. Em todos os anos vagando sobre a Terra, o personagem jamais encontrou outro fantasma, e ele sonha acabar com a solidão. Assim, resolve visitar o local.

A forma como o personagem era retratado lembrava um cadáver. 


Lá ele encontra o que parecem restos de Colby Circus, um show freak com um tigre, palhaços, um esqueleto humano, uma mulher-serpente, uma mulher  baleia e um cara de bode. Para surpresa do herói, ele vê o fantasma da linda trapezistas, mas não só isso: vê também os trapézios se movendo com ela (embora tenha capacidade de incorporar em pessoas, Deadman não consegue interferir no mundo físico quando está na sua forma humana).

Mike W. Baron constrói uma trama complexa na qual algum tipo de força sobrenatural e anscestral deu ao dono do circo poderes extraordinários, que lhe permitiram manter as atrações do circo presas ao local mesmo depois de sua morte. O objetivo do herói, portanto, passa a ser libertar a pobre trapezista. Para isso ele encorpora no corpo atlético de um homem que está à beira da morte.

O herói se apaixona pelo fantasma de uma trapezista. 


É uma boa trama, que consegue reunir elementos interessantes e se encaixar bem no sopro criativo da DC dos anos 1980, com situações adultas e personagens complexos (com o tempo descobrimos que a trapezista não é tão ingênua ou inocente quanto imaginamos). Há, no entanto, alguns problemas com diálogos, que parecem quebrados – e em alguns casos parecem ter sido balonados errados, com a seta indicando para a pessoa errada.

Quem realmente brilha é Kelley Jones, com seu traço expressionista e deformado, que já aparece em toda a sua estranhesa logo na segunda página, que mostra o herói flutuando sobre a cidade: seu corpo esguio ocupa quase toda a página e podemos ver seus ossos se destacando abaixo do uniforme. É o tipo de história que não funcionaria com outro desenhista.

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