É o lobo é um animação da Hanna-Barbera de 1969 cujas histórias giravam sempre em torno da mesma trama: um lobo (chamado no Brasil de Lobo Bobo) tentando pegar um carneirinho para comer e sendo impedido por um cão pastor.
Era um humor de repetição, com o Lobo Bobo sempre criando os disfarces mais absurdos, o carneirinho ingênuo a princípio sendo enganado e ele finalmente descobrindo e chamando o cachorro (“É o Lobo! Sim, é isso mesmo, é o lobo. É o lobo!”). Os roteiristas, no entanto, compensavam essas repetições com ótimos diálogos, que brincavam com trocadilhos, rimas e todo tipo de jogos de linguagem.
Em certo episódio, por exemplo, o carneirinho canta: “Era uma vez um carneirinho que foi passear...”. “Na boca do lobo ele foi parar”, completa o lobo.
Os diálogos do lobo com o protetor do carneirinho também era impagáveis. “Em que posso servi-lo?”, pergunta o cachorrão. “Carneiro ensopado”, implora o lobo, como se de fato o outro fosse atendê-lo.
Mas as melhores falas são do carneirinho, quando ele encontra o lobo: “Ei, quem será aquele ali? Será um canguru de Botucatu, ou um galo de São Gonçalo?”; “Quem será esse? Será um bonito jabuti, das margens do Araguari? Ou será que é um camaleão de Jaboatão?”. Claro que a piada funciona graças principalmente aos tradutores, que souberem adaptá-la ao Brasil.
Apesar dos ótimos diálogos, o desenho não parece ter agradado. No final, foram feitos apenas 11 episódios de aproximadamente 6 minutos.
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