O Dr. Destino, o maior inimigo do Quarteto Fantástico, só surgiu no número 5 do gibi.
A história, seguindo o modelo de outras do grupo naquela
fase inicial, começava com um quadro de impacto (que nos números seguines se
transformaria numa splash page), com Destino mexendo em peças de xadrez
representando os heróis. “O Quarteto Fantástico! Eles nem imaginam que são
apenas peões nas mãos de destino”, diz o vilão, fazendo um trocadilho com seu
próprio nome. A mesa onde ele brinca com os bonecos contém livros sobre demônios,
ciência e magia e... curiosamente contava com um urubu, supostamente o bicho de
estimação do vilão.
Um urubu como animal de estimação? |
A narrativa pula para o edifício Baxter, onde Johnny Storm lê o recém lançado gibi do Hulk, numa daquelas sacadas de marketing inventadas por Stan Lee. Já que o gibi do Quarteto era um sucesso, por que não usá-lo para promover outros gibis da editora? Essa iniciativa seria replicada muitas e muitas vezes ao longo dos anos.
Quando o Tocha compara o Coisa com o Hulk ambos começam uma
briga, que é interrompida por um acontecimento insólito: um helicóptero surge e
lança uma teia indestrutível sobre o edifício. Quando o dono do helicóptero
resolve se identificar como Dr. Destino, o Senhor Fantástico se lembra quem era
ele. Já naquele início temos a característica do vilão como companheiro de
faculdade de Reed Richards que se desgraçou ao usar magia negra. Anos depois,
autores como Roger Stern dariam mais profundidade ao personagem, dando uma
motivação para Destino buscar a magia negra: salvar a mãe do inferno. Mas
naquela história, ele só queria o que todo vilão quer... dominar o mundo!
O Tocha lendo o gibi do Hulk? Isso é marketing, man! |
Para isso ele manda o Quarteto para o passado em busca do
tesouro do Barba Negra, uma ótima desculpa para colocar os personagens na época
dos piratas.
Tudo é muito conveniente. Eles chegam no passado, encontram
piratas disputando um saco cheio de roupas e usam essas roupas para se
caracterizarem como pessoas do século XVII. Depois vão para uma taverna, onde
são drogados (como se acreditava que o gibi era para crianças, a droga é
colocada em “refrescos”) e levados para um navio que vai justamente se
encontrar com o navio do Barba Negra.
O Ciusa curtindo uma de pirata. |
Embora ainda não fosse o Quarteto Fantástico em sua plena forma, inclusive do ponto de vista de design (Kirby chega a fazer 9 quadros numa página!), era histórias inovadoras e divertidas.
Um detalhe sobre essa história é que quem acaba salvando o grupo é justamente a Mulher Invisível, fato que Stan Lee iria lembrar quando um leitor reclamou que ela era inútil para a equipe.
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