sábado, setembro 02, 2023

Thunderbolts - Justiça relâmpago

 



No ano de 1997, os Vingadores, o Quarteto Fantástico e alguns dos principais heróis da Marvel foram aparentemente mortos ao tentar conter uma ameaça chamada Massacre.

No mesmo ano, para substitui-los, a Marvel lançou uma nova equipe de heróis, os Thunderbolts, com roteiro de Kurt Busiek e arte de Mark Bagley. A equipe estreou numa aventura do Hulk escrita por Peter David e desenhad por Mike Deodato Jr. Era um teste e agradou os leitores.

Quando a revista finalmente foi lançada, o impacto foi enorme, principalmente graças à reviravolta final: os Thunderbolts eram, na verdade, os vilões Mestres do Mal, liderados pelo Barão Zemo. A ideia de Zemo era aproveitar o vácuo deixado pelos heróis, substitui-los e, assim, conseguir informações privilegiadas.

A ideia tinha ocorrido a Busiek anos antes, quando dirigia para visitar os pais. Para se manter acordado, ele bolava histórias para os vingadores e, numa delas, a equipe Mestres do Mal se fazia passar por um novo grupo de heróis para aos poucos substituir os vingadores

A equipe era formada por Zemo, ironicamente rebatizado de Cidadão V (um herói dos anos 40 que foi morto pelo pai nazista de Zemo), Armador (que se tornou Tecno), Besouro (que adotou o nome de MACH-1), Golias (que passou a se chamar Atlas), Rocha Lunar (agora Meteorita) e Colombina (rebatizada de Soprano).



O curioso aí é que esse grupo realmente existia antes de sua versão heroica e os leitores mais antento podiam comparar as versões antigas com suas novas encarnações.

Outro ponto importante é que alguns dos personagens vão aos poucos gostando do seu papel de heróis e começam a ficar contra Zemo.

A melhor história é o anual da equipe de 97, escrito por Busiek e desenhado por vários artistas, incluindo o veterano Gene Colan.

Na história, uma heroína é ajudada pelo grupo e, por sugestão de Meteorita, passa a integrar a equipe. Ela não sabe as reais intenções da equipe, mas quer saber como a equipe se formou. Cabe ao cidadão v explicar como isso ocorreu sem mentir, mas ao mesmo tempo sem dizer a verdade (o que revelaria que eles são vilões). Aí entra a maestria do texto de Busiek, com falas que têm duplo sentido. Dessa forma, a narrativa conta o que parece ser uma história heroica quando o desenho e os diálogos mostram um grupo de malfeitores se reunindo. O momento em que Zemo decide o nome da equipe é um dos mais interessantes. O nome deveria remeter à II Guerra Mundial, como Stormtroppers e Blitzkrieg: “algo  criptofascista... porém amigável”.

O roteiro é tão bem elaborado que até mesmo Mark Bagley na sua fase Image fica suportável.

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