segunda-feira, janeiro 29, 2024

Mashup: quanto mais misturado, melhor

 


O termo remix surgiu em 1972, quando o DJ Tom Moulton lançou seu primeiro disco. Posteriormente, com o surgimento das tecnologias das multi-tracks e do sampling, a prática se popularizou. Essas tecnologias, somadas ao computador, permitiram separar partes de uma música, incluindo separando vocal de instrumentos e, ao mesmo tempo maninpulá-los, alternado timbres, tempos e volumes. A partir do ano 2000, o termo “remix” passou a ser usado de maneira mais comum fora da área da música, uma vez que as artes visuais e a literatura começaram a adotar a reconfiguração como elementos de criação.
Entre os elementos do remix encontra-se o mashup. O termo pode ser traduzido como mistura. Neles, o artista une partes de vídeos e músicas pré-existentes, somando-os a composições novas e, muitas vezes, reconfigurando seus significados.
Mashup é misturar elementos de outras obras, criando uma obra original a partir dessa mistura.
A estética do mashup não se limita apenas à música. Há na internet vários vídeos que usam a técnica. Em um dos mais famosos, o então presidente norte-americano George Bush “canta” a música “Imagine”, de John Lennon (http://www.youtube.com/watch?v=n41bRHlr76Y). A música é retirada de falas reais do presidente norte-americano, editadas com um fundo musical eletrônico. Há aí um sentido irônico, uma vez que a música fala de paz e o presidente estava envolvido à época com a Guerra contra Iraque.

Esse mesmo sentido irônico pode ser encontrado no documentário Surplus (http://www.youtube.com/watch?v=YbpmWeymWWw), em que líderes mundiais de países capitalistas fazem um discurso contra o consumismo e o capitalismo num vídeo que apresenta técnicas de propaganda. O vídeo é a mistura de vários outros vídeos, pegando partes de falas dos presidentes e dando-lhes outro significado.
Na literatura, os mashups se caracterizam, principalmente, por releituras de obras clássicas da literatura acrescidas a gêneros pop. Exemplo disso é o romance Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, que se transformou em Orgulho e Preconceito e Zumbis nas mãos de Seth Grahame-Smith.


Na internet, fãs fazem mashups visuais de suas séries favoritas. Um dos mais comuns é a tira Peanuts, que foi misturada, por exemplo, com o filme Alien, Watchmen ou Jornada nas Estrelas. Super-heróis são incluídos em quadros famosos, o vilão de Harry Potter é introduzido na capa de um disco dos Ramones... Quanto mais inusitada a mistura, mais interessante o mashup. 

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