Em 1836, o escritor russo Nicolai Gógol publicou pela primeira vez o sua peça teatral O inspetor-geral. A sátira era uma forte crítica à burocracia soviética e se situava numa aldeia em que os corruptos políticos locais descobrem que receberão uma visita de um inspetor do império e decidem corrompê-lo com todo tipo de suborno e regalia. Mas, na mesma época aparece por ali um trambiqueiro que se faz passar pelo inspetor.
Os autores da série Perry, em especial Clark Darlton, resolveram homenagear o autor russo no número 52 da série, conhecido aqui como O pseudo.
Na história, Laury Marten consegue roubar uma amostra do soro da imortalidade, mas ela, John Marshall e o Conde Rodrigo de Barceo ficam presos no planeta zoológico dos aras, sendo caçados pelos terríveis froghs. Para resgatá-los, Rhodan disfarça-se de inspetor de Árcon e leva consigo Gucky, que faz as vezes de criado pouco inteligente.
Mas o plano de Rhodan parece ir por água abaixo quando surge o verdadeiro inspetor arcônida. Se a semelhança da história com a do escritor russo não fosse o suficiente, Darlton ainda introduz mais uma dica: o inspetor verdadeiro chama-se Glogol.
O título original do volume é O falso inspetor. |
Aliás, é o próprio Glogol que protagoniza uma das cenas mais hilárias de toda a série, quando Gucky faz cair sua calça, revelando que o poderoso inspetor na verdade está usando ceroulas cor-de-rosa e meias furadas. “Glogol usava ceroulas compridas. E um arcônida arrogante de ceroulas é uma figura ainda mais ridícula que um terrano que use a mesma vestimenta. A dignidade do inspetor se desvanecera”. A cena reflete diretamente a frase do poeta Punchin, o grande mestre literário de Gógol. Punchin dizia para o pupilo: “Faça-os rir, quem ri não tem medo dos poderosos”.
Em tempo: o título original alemão, O falso inspetor, deixa ainda mais clara a homenagem à obra de Gógol.
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