domingo, junho 30, 2024

Três estranhos idênticos


Um rapaz chega para seu primeiro dia na universidade, mas se espanta ao perceber que todo mundo parece conhecê-lo. Depois de várias recepções calorosas, ele encontra alguém que desconfia do que está acontecendo e sugere que ele tem um irmão gêmeo. Quando finalmente os dois se conhecem, isso se torna matéria de jornal, o que leva à descoberta de um terceiro gênio.

Se isso fosse um roteiro de cinema, a maioria das pessoas acusaria o roteirista de falta de verossimilhança. Mas Três estranhos indênticos, filme de Tim Wardle, é baseado em uma história real. Na verdade, é um docudrama, uma mistura de documentário e encenação.

O encontro dos trigêmeos de fato aconteceu no início da década de 1980 e o docudrama acompanha toda a trajetória a partir da descoberta: a transformação dos três em astros da mídia, a relação entre os três, os relacionamentos.

O filme poderia ser dividido em dois lados, como um disco antigo.

O lado A, a primeira parte, é empolgante. Os encontros entre os irmãos, a amizade apaixonada entre eles, as curtições (os três chegaram a alugar uma apartamento em Nova York), tudo é narrado em ritmo rápido e divertido, incluindo aí a trilha sonora.  

O lado B é a busca sobre o que realmente teria acontecido. Por que três gêmeos foram separados e entregues para famílias diferentes? A resposta a essa pergunta dá origem a uma parte densa, que se aproxima de um filme de terror ou suspense. Essa parte também é acompanha da separação entre os três. Nesse ponto, até a trilha sonora muda.  

Para o expectador, fica uma sensação de insegurança. Quando achamos que finalmente entendemos o que está acontecendo, surge um novo fato que nos surpreende e assim por diante, até o final da película.

Empolgante, instigante, surpreendente, Três estranhos idênticos é aquele tipo de filme que te prende na poltrona.

Em tempo: os docudramas estão se tornando meu gênero preferido. E, dos que assisti, esse é provavelmente o melhor.  

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