Um rapaz chega para seu primeiro dia na universidade, mas se espanta ao perceber que todo mundo parece conhecê-lo. Depois de várias recepções calorosas, ele encontra alguém que desconfia do que está acontecendo e sugere que ele tem um irmão gêmeo. Quando finalmente os dois se conhecem, isso se torna matéria de jornal, o que leva à descoberta de um terceiro gênio.
Se isso fosse um roteiro de cinema, a maioria
das pessoas acusaria o roteirista de falta de verossimilhança. Mas Três
estranhos indênticos, filme de Tim Wardle, é baseado em uma história real. Na verdade,
é um docudrama, uma mistura de documentário e encenação.
O encontro dos trigêmeos de fato aconteceu no
início da década de 1980 e o docudrama acompanha toda a trajetória a partir da
descoberta: a transformação dos três em astros da mídia, a relação entre os três,
os relacionamentos.
O filme poderia ser dividido em dois lados,
como um disco antigo.
O lado A, a primeira parte, é empolgante. Os encontros
entre os irmãos, a amizade apaixonada entre eles, as curtições (os três
chegaram a alugar uma apartamento em Nova York), tudo é narrado em ritmo rápido
e divertido, incluindo aí a trilha sonora.
O lado B é a busca sobre o que realmente
teria acontecido. Por que três gêmeos foram separados e entregues para famílias
diferentes? A resposta a essa pergunta dá origem a uma parte densa, que se
aproxima de um filme de terror ou suspense. Essa parte também é acompanha da
separação entre os três. Nesse ponto, até a trilha sonora muda.
Para o expectador, fica uma sensação de
insegurança. Quando achamos que finalmente entendemos o que está acontecendo,
surge um novo fato que nos surpreende e assim por diante, até o final da película.
Empolgante, instigante, surpreendente, Três estranhos
idênticos é aquele tipo de filme que te prende na poltrona.
Em tempo: os docudramas estão se tornando meu
gênero preferido. E, dos que assisti, esse é provavelmente o melhor.
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