A saga de Proteus, publicada a partir de The Uncanny X-men 125, representa o início do ponto do alto da dupla Chris Claremont-John Byrne. Dali viriam apenas clássicos, como a Saga da Fênix e Dias de um futuro esquecido.
Essa edição embora seja morna (era uma preparação para a trama principal), é envolvente pela maestria com que os dois autores trabalham com os ganchos ao mesmo tempo em que aprofundam os personagens.
A história começa com Jean Grey transformada em Fênix no labarotório de Moira Mactggert em uma ilustração belíssima e impactante de Byrne. O texto era do tipo que faria a fama de Claremont: “Era uma vez uma jovem chamada Jean Grey... uma telepata/telecinética mutante. E um dos membros fundadores dos fabulosos X-men. Agora ela é a Fênix. E para ela, para aqueles que ela ama e que a amam... e talvez para o mundo inteiro... nada jamais será o mesmo”.
Em poucas páginas, os ganchos de duas das principais sagas dos mutantes. |
Nessa sequência inicial já são lançadas as bases do que viria a ser a saga da Fênix. Moira fica com medo ao imaginar o que acontecerá se Jean Grey usar todo o seu poder. Na mesma sequência um homem misterioroso observa as duas. O texto diz: “Atrás delas, sem ser visto por ambas as mulheres, a luz revela algo que um dia foi um homem” e a criatura pensa: “Tenho... fome! Mas devo esperar. Moira não deve saber”.
Ou seja, em apenas três páginas, Byrne e Claremont lançam os ganchos de suas duas principais sagas dos X-men de todos os tempos. Tudo ali, à mostra do leitor, mas encobertos por um ar de mistério que torna a leitura ainda mais viciante.
Se o leitor não havia sido fisgado por esse início, temos a sequência seguinte, com os X-men treinando na sala do perigo e mais um conflito entre Cíclope e Wolverine, algo que seria uma marca dos mutantes: conflitos humanos em meio a grandes sagas.
A narrativa pula para Jason Wyngard, o mestre mental. Ele pensa em como usou sua habilidades para conseguir a confiança de Jean se fazendo passar por um padre no avião.
Mas a história a história logo passaria dos ganchos e dramas humanos para a ação e o terror quando Moira percebe que há algum intruso no laboratório e desconfia que o mutante X escapou. Fênix percebe seus pensamentos e vai em seu socorro, mas no meio do resgate embarca num falso flash back que a deixa desorientada a ponto de ser atacada e quase derrotada pelo intruso.
O clima de suspense permeia toda a história. |
A história termina com Lorna, a heroína magnética Polaris, pedindo ajuda aos X-men pelo telefone e olhando assustada para trás, a boca entreaberta no meio de um grito, enquanto a voz de alguém que não vemos aparece num balão distorcido: “Humana! Eu... preciso de você!”.
Em, suma, a história é uma aula de como construir uma trama e sustentar a atenção do leitor, com um final que deixa o leitor totalmente intrigado e ansioso pela continuação.
No Brasil essa história foi publicada em Superaventuras Marvel 20 e demonstra muito bem porque os fãs aguardavam ansiosamente a chegada de mais um número nas bancas.
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