sábado, julho 27, 2024

Curve-se ante seu senhor, Super-homem!

 


Na década de 1950 os quadrinhos sofreram uma forte perseguição. Argumentava-se que os quadrinhos estimulavam de crimes à preguiça de ler. Como forma de responder a isso, a DC Comics praticamente aboliu qualquer tipo de violência nas histórias. Essa fórmula se tornou uma marca da Era de Prata na DC, a ponto de ser seguida mesmo na era de bronze.

A história “Curve-se ante seu senhor”, escrita por Leo Dorfman e desenhada por Curt swan e publicada em 1971 na revista Action Comics 404 é um ótimo exemplo disso.

Na história, Clark Kent é enviado para fazer uma matéria sobre um instituto de pesquisa situado à beira da praia. Quando se aproxima do local, o herói percebe que um pequeno terremoto abalou a estrutura do local e que o instituto irá desabar graças a uma caverna situada abaixo dele. Agindo rapidamente, o homem de aço escora o local, impedindo o desastre.

O cientista César é tão fã do Super-homem que mantém um museu em sua homenagem. 


Quando chega ao instituto descobre, espantando, que os cientistas sabiam o que ia acontecer. Afinal, o fato havia sido previsto por César, o mais brilhante cérebro do local. “Cérebro, hein?”, pensa o Super-homem. “Deve ser aquele computador gigante!”. Mas não, era um ser humano. Ele não só era genial, mas também era um grande fã do homem de aço a ponto de fazer um verdadeiro museu dedicado ao herói. Só falta uma coisa ao local: o próprio super-homem!

Uma armadilha faz com que o herói fique paralisado, sendo assim colocado no museu. Mas o cientista quer ir além: quer roubar os poderes do homem de aço, tornando-se ele mesmo um super-herói, o Supercésar, o imperador de toda a terra.

A verdadeira motivação: o cientista quer roubar todos os poderes do herói. 


Esse é o tipo de trama que nas mãos de Jack Kirby e Stan Lee viraria uma trama repleta de ação e porrada. Mas Leo Doroman faz com que toda a situação se resolva sem que o homem de aço precise mover sequer um músculo. Nesse sentido, o desenho de Curt Swan, muito anatômico, mas parado, ajuda o efeito geral.

No final, essa trama inusitada acabou agradando, como podemos perceber pela quantidade de vezes que foi republicada no Brasil. A Ebal publicou quatro vezes e a Abril uma vez, em Super-homem 13.

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