Colocar o mago supremo em rota de colisão contra o príncipe dos vampiros e ao mesmo tempo fazer um crossover entre duas revistas Marvel. Essa foi a ideia que os roteiristas Marv Wolfman e Steve Englehart tiveram em 1976.
A história começou em The Tomb of Dracula 44 e terminou em Doctor Strange 14. Para ilustrar as duas histórias foi chamado Gene Colan, o veterano da Marvel, que, depois de passar por vários heróis da editora, se consolidara, merecidamente, como o ilustrador oficial de Drácula. Colan tinha um traço sujo e constantemente distorcia as figuras humanas, usando e abusando do escorço e de sombras – recursos que o tornavam perfeito para um título de terror.
Na trama, o assistente do Dr. Estranho, Wong, é morto pelo vampiro, o que coloca o mago em seu encalço.
Englehart e Wolfman são dois grandes roteiristas, dois dos principais nomes da era de bronze da Marvel e mostram aqui toda a sua destreza.
O texto de abertura da história escrita por Wolfman já dá o tom sombrio: “Stephen Strange está preocupado! Ele olha atentamente para a névoa cinzenta no interior da esfera brilhante e sabe seu significado! Em breve haverá uma batalha e, antes da noite terminar, o doutor estranho , o mestre das artes místicas encontrará a morte! Nem mesmo o poder contido no supremo cristal poderá salvá-lo quando à meia-noite soarem suas badaladas mortais!”.
A grande questão aí é como um vampiro poderia ser um adversário à altura de um mestre das artes místicas – e a solução encontrada é perfeita. No final da primeira parte, o doutor estranho tomba diante de Drácula.
A segunda parte, já na revista do Dr. Estranho, começa com o herói derrotado, incapaz de voltar ao seu corpo. E aqui a forma encontrada por Englehart para solucionar a situação é igualmente engenhosa.
No Brasil essas histórias foram publicadas pela primeira vez em Superaventuras Marvel 19 e 20.
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